sábado, 26 de agosto de 2017

Duas Vidas, Duas Vocações por um ideal

Padre Serra e Madre Antonia, tiveram em seus processos vocacionais momentos de dúvidas, medos e preconceitos, mas a entrega e a disponibilidade para ouvir o que Senhor queria de cada um foi maior. 

Eram vocações diferentes, Serra sentia o ardor missionário, e Antonia almejava ser religiosa Carmelita, mas Deus fez com que suas vidas se cruzassem e Serra já tocado pela dor das mulheres no hospital São João de Deus, acreditou que Antonia poderia fazer a diferença na missão.

Após a tomada de decisão de Antonia que sentia a certeza de que poderia com a força de Deus realizar este grande projeto em 1º de junho de 1864 em Ciempozuelos foi inaugurada a primeira casa da obra social para acolher as mulheres em situação de prostituição. “O projeto da Casa de Acolhida recebeu o nome de Nossa Senhora do Bom Conselho” e foi iniciado com duas mulheres.

Em 1868, Antonia elaborou o regulamento da Instituição, e no ano de 1870 movidos pelo crescimento da missão Padre Serra e Madre Antonia fundaram a Congregação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, e Antonia passou a ter o nome de Antonia Maria da Misericórdia, devotando definitivamente a sua vida à causa das mulheres em situação de prostituição.

Atualmente a Congregação das Irmãs Oblatas está presente nos seguintes países: Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Guatemala, Itália, México, Porto Rico, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Texto com adaptações.
Fonte: Livro Duas Histórias... ... Um único caminho.

domingo, 20 de agosto de 2017

O Processo Vocacional de Madre Antonia

Antonia foi uma jovem estudiosa e culta, sentiu o chamado de Deus em sua vida, mas não parou para entender essa inquietação, devido aos problemas familiares; morte de seu pai, problemas financeiros, e ter que trabalhar para sustentar sua mãe e suas tias. Por muito tempo esse chamado ficou adormecido em seu coração, mas no ano de 1862, com o término de seu trabalho junto à família real como educadora de princesas, Antonia retomou seu desejo de ser religiosa e passou a colaborar com o trabalho de Padre Serra em favor das missões. 

Antonia se dedicou a fazer um acompanhamento de discernimento vocacional e espiritual com Padre Serra, e nesta fase em que colaborava com o trabalho em favor das missões, ela recebe o convite para ajudá-lo na missão com as mulheres em situação de prostituição do hospital são João de Deus.

Padre Serra como orientador acreditava que Antonia, por ser mulher, poderia entender melhor os assuntos e a vida das mulheres, e percebendo sua inquietação vocacional, ele a convida para ajudar nesta missão.

Porém ela não aceita, pois a mudança seria radical, ainda mais para ela que trabalhou e viveu na corte espanhola sendo preceptora das filhas da Rainha Isabel por doze anos; lidar com prostitutas era repugnante.

Mas Padre Serra não desanimou, continuou insistindo e pediu a Antônia que rezasse e a aconselhou ver com outros olhos a realidade. Antonia fez visitas ao hospital São João de Deus, e depois de várias visitas, ela percebeu que a situação na qual àquelas mulheres estavam a tocava cada vez mais ao ver tanta dor! 

Antonia foi rezar aos pés da Virgem do Bom Conselho para descobrir a vontade de Deus em sua vida, e sentiu um apelo: “A filha que não ouve o conselho da mãe não é boa filha”. Ela se assustou e acolheu o apelo como vontade de Deus.

Como Vocacionada, Antonia passou por momentos de dúvidas, preconceitos e medos, assim como qualquer pessoa passa quando inicia uma caminhada vocacional. Mas mesmo com seus receios, ela rezou pedindo a intercessão de Deus neste processo de dúvida. 

A pós a resposta dada por Nsa Sra do Bom Conselho, Antonia tomou sua decisão com a certeza de que poderia com a força de Deus realizar este grande projeto. Pe. Serra e Antonia acolheram as primeiras mulheres numa casa simples, porém aconchegante. Ela muda de nome e se torna a mulher da Misericórdia. 

Padre Serra e Irmã Antonia Maria da Misericórdia se tornam os fundadores desta Congregação, Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor.


Texto: Paula Araújo.
Fonte: B. H. Irmãs Oblatas do Ssmo Redentor.
 – Origens da Congregação 
Livro a Venerável Madre Antonia – A Pedagogia do Amor

domingo, 13 de agosto de 2017

O Processo Vocacional de Padre Serra


Padre Serra em sua juventude passou por muitos desafios e dificuldades apresentadas pela vida. Os primeiros estudos foram feitos em Barcelona junto aos Padres Escolápios num internato para meninos pobres.Em sua vida, sempre sentiu uma inquietação vocacional que sabia muito bem qual era; a vocação missionária. 

Talvez por ter estudado numa escola de padres e ter visto o testemunho de vida e vocação dos mesmos, isso tenha chamado a atenção do jovem José Serra. Ele alimentou o sonho de ir para outras terras, de ir para as Missões e dedicar sua vida em prol dos indígenas. E após concluir os estudos, Serra decide ser monge Beneditino, e partilhando seu sonho vocacional com o Padre Rosendo Salvado, no ano de 1845, ele é enviado à Austrália em Missão. 


A experiência que Padre Serra fez enquanto missionário, mostra que ele sempre se deixou conduzir pelo Espírito de Deus, não se acomodando diante das dificuldades e indo à luta para realizar sua missão da melhor forma. Sabemos que quando se assume o chamado de Deus, aparecem desafios e dificuldades por todos os lados, e com Serra não foi diferente. Ele encontrou oposições, desafios e até mesmo calúnias. Mas assumiu com garra cada dificuldade, pois era consciente de sua escolha.

Após sua experiência missionária na Austrália, Serra volta para Madrid no ano 1862, e segue com seu ardor missionário, que o faz estar atento à realidade social complicada que a Espanha enfrentava. Assim, ele dedica parte de seu tempo em atividades pastorais e recebe o convite para visitar o Hospital São João de Deus. 

Este hospital atendia todas as pessoas, mas em seu subsolo tinha uma ala especial, de mulheres marginalizadas e prostituídas com doenças consideradas graves para aquela época.   E ao ver esta realidade, Padre Serra foi tocado profundamente pela dor das mulheres marcadas pela prostituição. Ele mesmo dizia: “Eu quero salvar essas mulheres, já recorri a todas as casas estabelecidas... e, se todas as portas se fecharem, abrir-lhes-ei eu uma onde possa salvar-se...”. Tal como Jesus diante das mulheres, ele se compadeceu: “Isso era demasiado doloroso para que eu pudesse presenciá-lo sem determinar-me a fazer algo em seu benefício”.

Como vocacionado, Serra se deixou seduzir e abriu seu coração para seguir a vontade de Deus em sua vida. Quando tocado pela realidade dolorosa das mulheres no hospital, sentiu profundamente a confirmação para onde Deus o chamava, e com alegria respondeu, sendo solidário e abraçando a causa das mulheres em situação prostituição.

Texto: Paula Araújo
Fonte: Biblioteca Histórica Irmãs Oblatas do Ssmo Redentor – 
Estudos sobre a vida de José Maria Benito Serra.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Papa Francisco: levar às comunidades cristãs uma nova cultura vocacional

Estamos iniciando o mês vocacional, sabemos o quanto é difícil falar de vocação, neste mundo pós moderno em pleno Século XXI. Ao mesmo tempo em que nos desfia, somos convidadas pela Igreja ao anúncio do evangelho da vocação e ampliar horizontes da pastoral vocacional.

Segundo o Papa Francisco, “hoje é necessária uma Pastoral Vocacional de horizontes amplos e com o espírito de comunhão, capaz de ler com coragem a realidade, assim como ela é, com suas fadigas e resistências, reconhecendo os sinais de generosidade e beleza do coração humano. É preciso levar novamente para dentro das comunidades cristãs uma nova cultura vocacional”. 

“Não se cansem de repetir: ‘eu sou uma missão’ e não simplesmente ‘tenho uma missão’. Estar em estado permanente de missão requer coragem, audácia, criatividade e desejo de ir além.”

“Sintamo-nos impelidos pelo Espírito Santo a encontrar, com coragem, novos caminhos de anúncio do Evangelho da vocação, para sermos mulheres e homens que, como sentinelas, sabem capturar os raios de luz de um novo amanhecer, numa experiência renovada de fé e paixão pela Igreja e pelo Reino de Deus.” 

O Papa, afirma que o serviço de anúncio e acompanhamento vocacional “requer paixão e gratuidade”. “A paixão do envolvimento pessoal, do saber cuidar das vidas que lhes são entregues como um baú que possui um tesouro precioso a ser preservado. A gratuidade de um serviço e ministério na Igreja que exige respeito por aqueles que são seus companheiros de caminhada. É o compromisso de buscar sua felicidade, e isso vai além de suas preferências e expectativas.” 

Texto com adaptações.