segunda-feira, 7 de maio de 2018

Juventudes na globalização da indiferença

A juventude corresponde atualmente a uma parcela significativa da sociedade, vive em diversas realidades e demanda um olhar sobre as condições reais que lhes são oferecidas para a realização de seu projeto de vida, sua socialização e inserção na educação, na sociedade e no mercado de trabalho. A juventude busca valores, comportamentos, tem visões de mundo, interesses e necessidades. É a fase da vida em que acontecem descobertas; o jovem se insere no meio social, busca seus interesses, tem perspectivas de vida, procura o novo, vislumbra horizontes. A juventude tem vários jeitos, cores, sotaques e formas de ser, e isso a diversifica e a deixa mais bonita. A juventude é plural. Na verdade, podemos falar de ‘juventudes’.
Olhar para a juventude na globalização é começar a perceber
 e entender sua essência, pois vivemos em um mundo tecnológico.

A globalização é um processo econômico e social que estabelece uma interação entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatros cantos do planeta. Por exemplo: um aspecto que é local pode, pelas redes socais, se tornar mundialmente conhecido. Ou, uma realidade que é específica de uma cultura, passa a ser acolhida por muitos pelo mundo.

Como viver a proximidade no mundo das comunicações digitais? Olhar para a juventude na globalização é começar a perceber e entender sua essência, pois, vivemos em um mundo tecnológico, no qual os jovens estão em contato com uma vasta tecnologia simultaneamente. Temos internet, Televisão, celulares, aplicativos, rádios, etc. O contato com todas essas tecnologias transforma os jovens. Os jovens estão conectados com o real e o virtual, têm acesso a uma enxurrada de informações. No meio desse turbilhão, como discernir o que é certo ou errado? Quais informações acolher? As atitudes, jeitos, comportamentos, forma de pensar são influenciados pelo mundo globalizado, fazendo com que alguns jovens não percebam que vivem em uma sociedade que tem problemas; e a mídia deixa as pessoas alienadas, à margem, sem perceber o que está a sua volta.

Nesse sentido, percebe-se que existe a indiferença, muitos jovens veem o que está a sua volta, mas não se envolvem com as situações que lhe são apresentadas. O que se vê é a falta de interesse de muitos jovens, cada vez mais sem atenção, tornando-se indiferentes as situações de fragilidade nas proximidades do seu viver. Essa indiferença se torna cada vez mais frequente. Ser indiferente é uma possibilidade infeliz de nossa humanidade. Mas daí que ela se torne global é um fenômeno que grita aos céus. Com isso, ao perceber uma pessoa afogando, por exemplo, corre-se o risco das pessoas que se encontram por perto ficarem mais preocupadas em tirar fotos do que socorrer o afogado.

Para um jovem cristão a parábola do bom samaritano (Lc 10-25-37) provoca uma crise ante o fato da indiferença. O bom samaritano é aquele que se coloca a serviço, que se solidariza e que cuida. O samaritano foi uma pessoa boa, demonstrou no seu gesto de ajudar a uma pessoa que precisava o verdadeiro sentido de amor ao próximo. Essa parábola inspira muitos jovens a se comprometer com um projeto maior, um projeto de vida que cria solidariedade com os próximos, mas sem deixar de perceber o global da vida. Por aí vemos, tantos projetos que lidam com as realidades locais, mas que divulgados criam a globalização da solidariedade, como o bom samaritano, que tem compaixão; estava no seu caminho e parou, pensou e agiu ajudando a quem precisava.

É importante ter consciência que os jovens são protagonistas, despertar neles o protagonismo juvenil. Os jovens têm utopias para a sociedade, jovens que demonstram o que querem, suas demandas e seus sonhos. São jovens que deixam o Evangelho quebrar a indiferença que nos rodeia e, movidos de compaixão, assim como Jesus, promovem ações em favor das pessoas, as quais a sociedade não mais enxerga ou se tornaram um problema. Que os projetos de vida possam se inspirar na misericórdia que aproxima e cuida!

Ludymilla Yanna Antero da Silva 
Pe. Sebastião Corrêa Neto 

Fonte: Revista Rogate, março 2018.



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