segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

O divino em berço humano

Notícia alegre, boa nova: nasceu um menino, Deus conosco. Sua presença, como fonte cristalina, espalhou-se sonora, acordando corações despertando naturezas. O meio da noite, do céu da existência, das sombras da vida, brilhou feito estrela de luz de eterna. Veio, de fato, como boa nova, unir céu e terra na alma de gente. Dos altos céus, desceu o divino; da terra baixa, elevou em dignidade a frágil espécie humana. Em quais condições? Nem mesmo preciso foi, um berço importante. Bastaram feixes, palhas de Maria e de José, porque de graça ele desceu. Sem querer coisas; preferiu corações. E chegou para todos, sem reservas ou grandezas; pequenino e acessível. Nasceu em chão despido, de coração humilde, Deus de amor.

De carne, perecível, habitou o mundo dos homens. Morada que nunca mais abandonou. Graça sem fim, fonte vital, florescer do bem. Jesus, pequenino, de infância renovada em gestos bondosos. Meninice celestial, brisa de frescor benfazejo. Verdadeiro alívio para lidas já cansadas; coragem do desanimados. Sentido aberto para vidas dispostas. Oh! Inesgotável manjedoura, envolta de esperança tão criança. Que maravilha, criação toda, saber-se casa de ser celeste. De fato mais que morada, templo sagrado. Quão digna vocação, a dos homens: filhos e pastores da vida de quem os criou. E assim, em canções diferentes, ecoam anúncios jubilosos. Se os anjos entoam glórias nas alturas, a terra é mais feliz por tê-Lo em seu colo.

Menino de Deus, do amor sem limites, bendito seja Seu nome escrito na pobre história, com letras da gente. Como é bom saber e seguir trilhas abertas pelos seus passos. Seja outra vez, Senhor, eis uma súplica, o desajuste das onipotências, de quem se fechou no próprio egoísmo. Seu choro, agora em lágrimas de tantos, provoque de novo um sim solidário. Bom amigo, que a indiferença da pressa desumana do lucro capital dê lugar ao encontro de mãos. Não seja a infância indefesa, banida, sem pão ou guarida. Pequeno Jesus, de todos os presentes, importa mais a felicidade de simples tamanho. 
E que a distância grande entre pobres e ricos, em cada Natal, seja diminuída pela luz acendida no coração de quem crê.

Pe. Vicente Ferreira, C. Ss.R.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Tríduo Vocacional de Natal - 3º Dia

Tríduo Vocacional de Natal - 3º Dia

Que Neste Natal, possamos ofertar nosso coração 
e nossa família para que sejam a manjedoura de Jesus.


Oração:
Faze Jesus amável, que eu seja humilde e doce para imitar tua humildade e doçura, que jamais me rebele pelas injúrias e esquecimento das pessoas; que nunca busque a ser conhecida, amada, estimada; finalmente, que por modelo de minhas ações, pensamentos, desejos, tenha constantemente diante de meus olhos a humildade de teu presépio, a humildade do tabernáculo. Amém!!!

(Contemplação de Madre Antonia diante do presépio).






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segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Abra seu coração e deixe Jesus entrar

Essas palavras de São Paulo nos remetem para o grande mistério da Encarnação: Deus que se dignou a entrar na história da humanidade assumindo a natureza e a cultura de um povo. A presença divina na realidade humana é o maior presente que alguém pode receber. Foi isso que aconteceu naquela noite fria de dezembro, numa gruta aos arredores de Belém, na Judeia. O primeiro NATAL trouxe LUZ e SALVAÇÃO para todos: “Nasceu hoje um Salvador”, disse o anjo aos pastores.

Deus poderia ter feito tudo sozinho, sem depender de ninguém. Mas Ele quis que nós participássemos do Mistério. Escolheu  uma jovem,  cobriu–a com a força do Espírito Santo, e ela deu à luz o EMANUEL: Deus conosco. Em Maria toda a humanidade está representada no gesto de acolher o Redentor e mostra-lo ao mundo. “Um Filho nos foi dado”, disse o profeta! Esse Filho cresceu; anunciou a chegada do Reino Celestial em palavras e obras; arrebanhou multidões; fez discípulos, enviou-os em missão; entregou sua mãe para cuidar de todos os que acreditassem n´Ele. Hoje somos os continuadores dessa história. É isso mesmo, somos continuadores do Natal. Somos Natalinos.

Quando se faz silêncio interior e se consegue ouvir a voz do Amor, o Natal acontece. Você é Natal “quando se dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma” (Papa Francisco). A alma é o que há de mais profundo em um ser humano; alma é vida, é razão de ser, é a garantia de nossa identidade como imagem e semelhança divina. A Bíblia afirma: “Então Deus formou o homem como o pó da terra e soprou em suas narinas o sopro da vida, e o homem tornou-se um ser vivente”. (Gn 2,7). Cada um tem a sua alma, ninguém penetra nela se nós a fechamos. Nem o próprio Deus quis interferir na alma das pessoas em o consentimento delas, embora Ele seja o seu criador.

História registra inúmeras situações em que os homens perderam a identidade porque fecharam suas almas. Desde Caim até nossos dias, a teimosia humana em querer ser o que não é atraiu sobre as pessoas as consequências danosas das competições e discórdias, dos ódios e rancores que geraram e sustentaram as muitas guerras. Mas não é esse o querer de Deus. “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26). Cada vez que a humanidade resiste à vontade divina, o criador encontra caminhos para fazê-la voltar à sua razão do ser. É o que aconteceu no Natal, em Belém, e é o que acontece todos os anos quando celebramos o nascimento do salvador.

A verdadeira celebração não está nas exterioridades (luzes, estrelas, presentes, lindas canções etc.), mas no interior de cada um. É lá, na alma humana, que o Natal acontece de fato e de verdade. É lá, no mais profundo do nosso ser, que o verdadeiro Natal se faz realidade: quando abrimos nosso interior e permitimos que Deus penetre nele para nos fazer renascer.

Mais uma vez temos a oportunidade de abrir nossa alma a Deus. Queremos repetir a voz do anjo e anunciar aos pastores do nosso tempo que “Nasceu para vós um Salvador, que é o cristo Senhor”!

Pe. João Batista de Almeida C.Ss.R.



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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Tríduo Vocacional de Natal - 2º Dia

Tríduo Vocacional de Natal - 2º Dia

Peçamos a Jesus  que nos dê sabedoria para promover
 a cultura da paz e respeitar as diferenças.


"Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz". 
(Isaías  9,5).


Oração:
Faze Jesus amável, que eu seja humilde e doce para imitar tua humildade e doçura, que jamais me rebele pelas injúrias e esquecimento das pessoas; que nunca busque a ser conhecida, amada, estimada; finalmente, que por modelo de minhas ações, pensamentos, desejos, tenha constantemente diante de meus olhos a humildade de teu presépio, a humildade do tabernáculo. Amém!!!


(Contemplação de Madre Antonia diante do presépio).




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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Juventude – Projeto de Vida e dinâmica vocacional

Na fase da juventude, toma forma a construção da própria identidade. Neste momento, marcado pela complexidade, fragmentação e incerteza em relação ao futuro, planejar a vida torna-se cansativo, se não impossível. Nesta situação de crise, o compromisso eclesial é, muitas vezes, orientado para apoiar um bom planejamento. Nos casos mais afortunados e nos quais os jovens estão mais disponíveis, este tipo de pastoral os ajuda a descobrir a própria vocação, que permanece, afinal, uma palavra para poucos eleitos e representa o culminar de um projeto. Mas esse modo de proceder não arrisca reduzir e comprometer toda a verdade do termo “vocação”?

A esse respeito, é muito útil chamar a atenção para o encontro entre Jesus e o jovem rico (Mt 19, 16-22; Mc 10, 17-22; Lc 10, 25-28). Aqui vemos que o Mestre de Nazaré não apoia o projeto de vida do jovem e nem propõe a sua coroação; não aconselha um esforço a mais e nem, realmente, quer preencher uma lacuna do jovem, que também lhe perguntou: «Que me falta ainda?»; pelo menos, ele não quer preenchê-la, confirmando a lógica projetual do jovem. Jesus não preenche um vazio, mas pede ao jovem para esvaziar-se, para dar lugar a uma nova perspetiva orientada no dom de si mesmo por meio de uma nova abordagem da própria vida gerada pelo encontro com aquele que é «o caminho, a verdade e a vida» (cf. Jo 14,6). Dessa forma, por meio de uma verdadeira desorientação, Jesus pede ao jovem uma reconfiguração de sua própria existência. É uma chamada a arriscar, a perder o que já foi adquirido, a confiar. É uma provocação para romper com a mentalidade dos projetos que, se exasperada, leva ao narcisismo e ao fechamento de si mesmo. Jesus convida o jovem a entrar numa lógica de fé, que arrisca a própria vida ao segui-lo, precedida e acompanhada por um olhar intenso de amor: «Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: “Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem! Segue-me”» (Mc 10,21).

Fonte: Instrumentum Laboris. 
Os jovens, a fé e o discernimento vocacional - Pág 32.





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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Tríduo Vocacional de Natal - 1º Dia

Tríduo Vocacional de Natal - 1º Dia.


Neste advento peçamos a Deus que nos ajude 
a abrir o coração para acolher Jesus.





















Oração:
Faze Jesus amável, que eu seja humilde e doce para imitar tua humildade e doçura, que jamais me rebele pelas injúrias e esquecimento das pessoas; que nunca busque a ser conhecida, amada, estimada; finalmente, que por modelo de minhas ações, pensamentos, desejos, tenha constantemente diante de meus olhos a humildade de teu presépio, a humildade do tabernáculo. Amém!!!

(Contemplação de Madre Antonia diante do presépio).





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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Amadurecimento da fé e dom do discernimento

A fé é antes de tudo um dom a ser acolhido e seu amadurecimento é um caminho a ser percorrido. Certamente, porém, acima de tudo isso, vale reafirmar que «ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (DC 1; EG 7). 

A partir deste encontro toma forma uma experiência que transforma a existência, orientando-a de forma dialógica e responsável. Ao crescer, todo jovem percebe que a vida é maior do que si mesmo, que ele não controla tudo de sua existência; toma consciência de que é o que é graças ao cuidado que outros, em primeira instância os seus pais, reservaram-lhe; ele convence-se de que, para viver bem, a sua história deve tornar-se responsável pelos outros, repropondo esses comportamentos de cuidado e serviço que o fizeram crescer. Acima de tudo, ele é chamado a pedir o dom do discernimento, que não é uma competência que pode ser construída por conta própria, mas antes de tudo trata-se de um dom a ser recebido, que depois requer um exercício prudente e sábio para desenvolvê-lo. E um jovem que recebeu e sabe como fazer frutificar o dom do discernimento é uma fonte de bênção para outros jovens e para o povo inteiro.

O jovem rei Salomão, quando é convidado para pedir a Deus o que deseja em vista de seu papel decisivo, pede «um coração entendido» (1 Rs 3,9). E a apreciação de Deus não nos faz esperar: «Porquanto pediste para ti entendimento para discernires o que é justo; eis que fiz segundo as tuas palavras» (1 Rs 3,11-12).

De facto, todo jovem é, de algum modo, “rei” de sua própria existência, mas precisa ser ajudado para que possa pedir o discernimento e ser acompanhado para que alcance a plenitude no dom de si. Instrutiva, a propósito, é também a história da jovem rainha Ester que, acompanhada e sustentada pela oração do povo (cf. Est 4,16), renuncia a seus privilégios e coloca em risco com coragem a própria existência para a salvação da sua gente, demonstrando até que ponto a audácia juvenil e a dedicação feminina podem chegar.

Fonte: Instrumentum Laboris. 
Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Pág 31.


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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A Apresentação da Virgem Maria no Templo – 21 De Novembro

De acordo com a Constituição Dogmática Lumen Gentium, a Igreja Católica celebra o culto à Virgem Santíssima com as Festas de Nossa Senhora, dentro do calendário litúrgico. Ao celebrar o ciclo anual dos mistérios de Cristo, a Igreja celebra a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, pois está unida, indissoluvelmente, à obra de salvação do seu Filho. (Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, § 103).

A Sagrada Escritura não relata o nascimento de Maria Santíssima nem o episódio da sua apresentação no templo. Entretanto, muitos escritos apócrifos e a Tradição, narram, com muitos detalhes, que a Santa Menina, a pedido seu, foi levada por seus pais, Joaquim e Ana, ao templo na idade de três anos, onde se consagrou em corpo e alma ao Senhor. Segundo a mesma tradição apócrifa, ela teria ali permanecido até os doze anos, saindo apenas para desposar São José.

Imagem: reparatoris.wordpress.com
O Papa Paulo VI, em sua exortação apostólica Marialis Cultus (I PARTE § 8), escreveu que “apesar de seu teor apócrifo, a história da Apresentação propõe conteúdos de elevado valor exemplar e continuam veneráveis tradições, radicadas sobretudo no Oriente”.

Segundo a Tradição, no templo havia um colégio para meninas pobres que recebiam, ali, sólida instrução, além de servir a Deus por meio dos seus trabalhos, estudos e piedosas práticas. À luz do que conhecemos, entendemos que também a infância e a adolescência da Mãe de Deus deveriam ter sido momentos importantes, totalmente marcados pela Graça Divina.

A liturgia aplica à Virgem Santíssima algumas frases dos livros sagrados relativamente à Apresentação de Maria no templo:

“Assim fui firmada em Sião; repousei na cidade santa, e em Jerusalém está a sede do meu poder. Lancei raízes no meio de um povo glorioso, cuja herança está na partilha de meu Deus; e fixei minha morada na assembleia dos santos. (Eclo 24, 15-16).

Elevei-me como o cedro do Líbano, como o cipreste do monte Sião; cresci como a palmeira de Cades, como as roseiras de Jericó. Elevei-me como uma formosa oliveira nos campos, como um plátano no caminho à beira das águas (Eclo24, 17-19).

A festa da Apresentação da Virgem Maria no Templo expressa sua pertença exclusiva a Deus e a completa dedicação de sua alma e de Seu corpo ao mistério da salvação, que é o mistério da aproximação do Criador às suas criaturas. Além de festejar um acontecimento da vida de Nossa Senhora, a festa da Apresentação quer nos recordar também, o período que vai do Seu nascimento até a Anunciação do Anjo. Ao celebrá-la, a Igreja quer clarificar, tanto quanto possível, o silêncio existente na Sagrada Escritura acerca do primeiro período da vida de Maria Santíssima.

A memória da apresentação de Maria nos mostra que Ela estava preparada para sua missão desde a infância, motivada pelo Espírito Santo, de cuja graça estava repleta desde a sua imaculada concepção.

Rezemos a Nossa Senhora:

Ajudai-me a amar o Vosso Deus com toda a minha alma, com todas as minhas forças, Virgem Santíssima, menina sem mácula, auxiliai-me com a vossa bênção. Amém.




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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra foi estabelecido pelo projeto Lei nº 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Apenas em 2011 a Lei 12.519/2011 foi sancionada e oficializa a data de 20 de novembro em todo o país, sem obrigatoriedade de feriado.

Esta data relembra a história de Zumbi, um africano que nasceu livre, mas foi escravizado aos seis anos de idade. No período do Brasil colonial, Zumbi simbolizou a luta do negro contra a escravidão que sofriam os africanos. Ele se tornou líder do Quilombo dos Palmares, e morreu em 20 de novembro de 1695 enquanto defendia a sua comunidade e lutava pelos direitos do seu povo.

O objetivo do Dia da Consciência Negra é fazer uma reflexão sobre a importância do povo e da cultura africana no Brasil. Também serve para analisarmos o impacto que tiveram no desenvolvimento da identidade cultural brasileira.

A música, a política, a religião e a gastronomia entre várias outras áreas foram profundamente influenciadas pela cultura negra. Este é um dia de comemorar e valorizar a cultura afro-brasileira.

Texto com adaptações.



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terça-feira, 13 de novembro de 2018

A porção feminina de Deus

Certa madrugada insone, retomei meu trabalho costumeiro ao computador. De repente, pretendi ter ouvido, não sei se do mundo celestial ou se de minha mente em estado alterado, uma voz, em forma de sussurro, que me dizia: “Filho, vou te revelar uma verdade que estava sempre lá, no meu evangelista Lucas, mas que os olhos dos homens, cegados por séculos de patriarcalismo não podiam enxergar”.

“Trata-se da relação íntima e inefável entre Maria e o Espírito Santo”. E a voz continuava sussurrando: “aquele que é terceiro, na ordem da Trindade, o Espírito Santo, é o primeiro na ordem da criação. Ele chegou antes ao mundo; só depois veio o Filho de Deus. Foi o Espírito Santo, aquele mesmo que pairava sobre o caos primitivo e que de lá tirou todas as ordens da criação. Pois desse Espírito Criador, se diz pelo meu evangelista Lucas:’ virá sobre ti, Maria, e armará sua tenda sobre ti; por isso, o Santo gerado será chamado Filho de Deus”. “Armar a tenda”, como sabes, significa morar definitivamente. Se Maria, perplexa, não tivesse dito o seu “sim”, faça-se segundo a tua palavra, o Filho não ter-se-ia encarnado e o Espírito não ter-se-ia feminilizado”.

“Vede, filho, o que lhe estou dizendo: o Espírito veio morar definitivamente nesta mulher, Maria. Identificou-se com ela, se uniu a ela de forma tão radical e misteriosa que dela começou a se plasmar a santa humanidade de Jesus. O Espírito de vida produziu a vida nova, o homem novo, Jesus. Para ti e para todos os fiéis é claro que o masculino através do homem Jesus de Nazaré foi divinizado. Agora, vá lá no evangelho de São Lucas e constatarás que também o feminino, através de Maria de Nazaré, foi divinizado pelo Espírito Santo. Ele armou sua tenda, quer dizer, veio morar para sempre nela. Repare que meu evangelista João diz o mesmo do Filho: ‘Ele armou sua tenda em Jesus”.

“Não é o Espírito”, sussurra a mesma voz, “que toma o profeta para alguma missão específica e cumprida, termina sua presença nele. Com Maria é diferente. Ele vem, fica e não a deixa mais. Ela é elevada à altura do Divino Espírito Santo. Daí que logicamente, ‘o Santo gerado será chamado Filho de Deus’. Somente quem foi elevado à altura de Deus pode gerar um Filho de Deus. É o caso de Maria. Não sem razão, é a “bendita entre as mulheres”.

“Filho, eis uma verdade que deves anunciar: por Maria Deus mostrou que além de ser Deus-Pai é também Deus-Mãe com as características do feminino: o amor, a ternura, o cuidado, a compaixão e a misericórdia. Estas virtudes estão também nos homens, mas elas encontram uma expressão mais visível nas mulheres”.

“Filho: ao dizeres Deus-mãe descobrirás a porção feminina de Deus com todas as virtudes do feminino. Não deves esquecer nunca que as mulheres jamais traíram Jesus. Foram-lhe fiéis até ao pé da cruz. Enquanto os homens, os discípulos, fugiram, Judas o traiu e Pedro o negou, elas mostraram um amor fiel até o extremo. Elas, antes dos apóstolos, foram as primeiras a testemunharem a ressurreição de Jesus, o fato maior da história da salvação”.

“O feminino de Deus não se esgota em sua maternidade, mas se revela no que há de intimidade, de amorosidade, de gentileza e de sensibilidade, perceptíveis no feminino”.

“Não permita que ninguém, por nenhuma razão, discrimine uma mulher por ser mulher. Aduza todas as razões para respeitá-la e amá-la, pois ela revela algo de Deus que somente ela pode fazer, sendo junto com o homem, a minha imagem e semelhança. Reforce suas lutas, recolha as contribuições que traz para toda a sociedade, para as Igrejas e para um equilíbrio entre homens e mulheres. Elas são um sacramento do Deus-Mãe para todos, um caminho que os leva à ternura de Deus. Oxalá as mulheres assumam sua porção divina, presente numa companheira delas, em Maria de Nazaré. Mas o dia virá em que cairão as escamas que encobrem seus olhos. E então, homens e mulheres, nos sentiremos também divinizados pelo Filho e pelo Espírito Santo”.

Ao voltar a mim, senti na clareza de minha mente, o quanto de verdade me tinha sido comunicado. E comovido, enchi-me de louvores e de ações de graça.

Leonardo Boff  escreveu O rosto materno de Deus, Vozes 1999.






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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Cristo “jovem entre os jovens”


Imagem: ACI Digital
A juventude é uma idade da vida original e entusiasmante, pela qual o próprio Cristo passou, santificando-a com a sua presença. Ireneu de Lião nos ajuda a esclarecer esta realidade, quando afirma que Jesus «sem renegar nem ultrapassar a humanidade, não aboliu em si a lei do gênero humano e santificou todas as idades, por aquela semelhança que estava nele. Veio para salvar a todos mediante a sua pessoa, todos, digo, os que por sua obra renascem em Deus, crianças, meninos, adolescentes, jovens e adultos. Eis por que passou por todas as idades, tornando-se criança com as crianças, santificando as crianças; com os adolescentes se fez adolescente, santificando os que tinham esta mesma idade e tornando-se ao mesmo tempo para eles o modelo de piedade, de justiça e de submissão. Jovem com os jovens, tornou-se seu modelo e os santificou para o Senhor» (Contra as heresias, II, 22.4). Jesus, portanto, “jovem entre os jovens”, quer encontrá-los caminhando com eles, como fez com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35). Quer ainda hoje oferecer a Si mesmo para que cada um deles tenha vida em abundância (cf. Jo 10,10).

Fonte: Instrumentum Laboris. 
Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Página 29.




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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Curiosidades da Santa Missa

Qual o Significado de colocar um pouco de água no cálice com vinho durante a celebração Eucarística?

É um rito simples, mas que tem um grande significado, haja vista sua relação com Cristo e com a Igreja, ou seja, com Cristo e nossa humanidade. Isso nos leva a contemplar que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem; jamais nos cansaremos de afirmar essa realidade, pois é o fundamento da fé cristã.

Podemos fazer um paralelo desse rito da água e do vinho na celebração da Santa Missa com o primeiro milagre realizado por Jesus, transformando água e vinhos nas bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12). Consideramos que Jesus não está alheio às nossas necessidades, mas entende e participa plenamente de nossa humanidade. Para ilustrar isso podemos citar um trecho de uma homilia de São João Paulo II: "Eis que a água, nossa bebida mais comum, ganha pela ação de Cristo um novo caráter: torna-se vinho, portanto uma bebida, de certa forma, mais valiosa. O sentido desse símbolo - da água e do vinho - encontra a sua expressão na Santa Missa. Durante o ofertório, unindo um pouco de água ao vinho, pedimos a Deus por intermédio de Cristo participar da sua vida no sacrifício eucarístico" (São João Paulo II, homilia na Catedral de São Sebastião, Rio de Janeiro, em 4/10/1997).

Santo sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também, santo sacrifício da Missa, sacrifício de louvor, sacrifício espiritual, sacrifício puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da antiga aliança (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1.330).

"A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa da oferta de sua cabeça. Com Cristo, ela mesma é oferecida inteira. Ela se une à sua intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros de seu corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e á sua oferenda total e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta" (Catecismo da Igreja Católica, 1.368).

Assim, que essa união da água ao vinho nos leve a unir nossa vida à vida de Cristo, transformando-nos, para que possamos viver por Cristo, com Cristo e em Cristo.


Valdeci Toledo
Fonte: Revista Ave Maria - Agosto, 2018



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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Celebrar nossa vocação ao céu

Quando estudamos sobre liturgia e suas dimensões escatológicas, falamos dos santos como nossos irmãos que viveram a fé, procurando praticar o bem e evangelizar os irmãos. A santidade fundamental e absoluta de todos os cristãos é Jesus Cristo. Ele é o santo único e modelar de todo os povos e de todos aqueles que buscam o amor de Deus para serem felizes. 

São muitos os santos, são mesmo incontáveis, e todos os fiéis devem se inspirar neles para seguir o caminho do bem e do amor, e celebramos sua vida e exemplo para lembrar que somos todos convidados à santidade e somos levamos a antecipar os dons escatológicos de nossa fé. 

Celebrar os santos, mártires e nossos falecidos são uma expressão de fé da cultura dos fiéis. Isso nos leva a vivenciar a experiência celestial, antecipar os bens espirituais do céu na terra, e a não perder a centralidade do mistério pascal, que é a essência da liturgia cristã.

Esta proposta faz com que os fiéis se preocupem com o mistério de Cristo, sobretudo em sua paixão, morte e ressurreição. 

Trazer à memória de cada santo é lembrar que aquela história de vida se tornou modelo do seguimento do Filho de Deus, e assim como nossos mortos, nos recordar e celebrá-los é revelar a unidade entre o céu e a terra, na esperança da ressurreição, pois quando partimos deste mundo onde vivemos como peregrinos, continuamos nossa existência no plano divino.

Viver a esperança na ressurreição é a grande alegria para cada cristão, pois somos todos vocacionados para a eternidade e chamados por Deus para ir ao seu encontro; Vim de Deus, voltarei a Deus para sempre.

As famílias, mesmo as mais afastadas das práticas litúrgicas, procuram os sacerdotes e ministros das exéquias, para encomendar seus mortos para Deus. Como a criança entrou no mundo pela bênção batismal, ele volta para Deus por um ritual de passagem, pelas mãos dos ministros as Igrejas.

É um instante muito profundo da fé cristã, pelo qual a vocação para vida se revela mais grandiosa e feliz. Ouvimos o chamado de Deus para viver em seus caminhos e no final da vida Ele nos chama para habitar para sempre com Ele em sua morada celestial.

Texto com Adaptações. 
PE. Antônio S. Bogaz – Prof. João H. Hansen – PODP /
 Autores de Novos Tempos da Celebração cristã. Paulus: 2014.




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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Oração do mês missionário 2018


Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
nós Vos louvamos e bendizemos
pela Vossa comunhão,
princípio e fonte da missão.
Ajudai-nos, à luz do Evangelho da paz,
testemunhar com esperança,
um mundo de justiça e diálogo,
de honestidade e verdade,
sem ódio e sem violência.
Ajudai-nos a sermos todos irmãos e irmãs,
seguindo Jesus Cristo
rumo ao Reino definitivo.

Amém.


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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Missão Oblata, um convite desafiante

Em 15 de agosto de 1957, María Asunción fez seus primeiros votos como Irmã Oblata do Santíssimo Redentor. Desde esse mesmo ano, esta espanhola oriunda de Bustillo del Páramo, começou a desenvolver  seu trabalho como Irmã Oblata no Brasil, aonde continua até hoje.

Neste grande país trabalhou em cidades como Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo, Santos, Salvador- Bahia e Rio de Janeiro. Ao longo de todos estes anos, desempenhou diversas tarefas à serviço da Congregação e das mulheres que se encontram em situação de prostituição; que vão desde a coordenação de algumas comunidades onde morou, trabalhos em internatos para jovens, até colaborar no lançamento do projeto Força Feminina em Salvador. Atualmente atende a comunidade no Rio de Janeiro.

Do mais difícil e gratificante de sua missão como oblata, recorda quando trabalhou com algumas jovens nos internatos, assim como o acompanhamento das mulheres com problemas e necessidades. Em sua trajetória como Oblata, Irmã Asunción sempre teve uma vida ativa e de entrega ao serviço da Congregação.

Hoje em dia, não se imagina viver em outro país que não seja o Brasil, onde se sente mais “em casa” que na Espanha, seu país de origem. Reconhece que a parte mais difícil desta vida missionária foi, nos seus primeiros anos, adaptar-se a uma nova realidade, o ambiente, a linguagem... questões que ao longo do tempo assimilou como suas. 

Irmã Asunción reconhece que vê Deus em meio às diversas situações e problemas que lhe apareceram ao longo da vida como religiosa. Problemas que ela viveu com paz, pois para ela Deus está presente na vida, nas pessoas e no dia a dia com suas circunstâncias. Afirma que é especialmente na oração e no encontro com os outros, onde se encontra com Deus. 




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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Batizados e Enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo.

Cidade do Vaticano

Acolhendo a proposta da Congregação para a Evangelização dos Povos, o Papa Francisco proclamou outubro de 2019 como o Mês Missionário Extraordinário com o objetivo de “despertar em medida maior a consciência da missão ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”.

Confira o vídeo!





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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Chamados e enviados para comunicar a Boa Notícia do Reino

Só quem faz a experiência de se sentir atraído pela voz e pelo amor de Deus deixa-se conduzir pelo Espírito, também na missão de comunicação a esperança e confiança, próprios de quem é enviado como profeta. Unindo as mensagens do Papa relacionadas à missão e o vocação, podemos afirmar que todo/a vocacionado/a  são comunicadores e missionários porque Deus o reveste com seu amor e a profecia  em favor dos irmãos. Ele ama, chama e envia em missão para que seja Sua presença e O anuncie ajudando as pessoas a se deixarem atrair pela voz de Deus.

Quando partimos da experiência de que o chamado é dom e iniciativa de Deus que requer uma resposta coerente, entendemos que também o anúncio do Evangelho requer do discípulo missionário um ser e atuar movido pelo Espírito e pela profecia do ontem e no hoje “Não tenhas medo que eu estou contigo” (Is 43,5).

Vocação é uma experiência visceral para o serviço; a vocação requer um “estilo” de comunicador e de anúncio; a missão acontece no cotidiano, “na estrada”.

Só a experiência visceral e consciente do amor e da ternura de Deus na própria vida transforma o ser humano para torná-lo um discípulo missionário capaz de entregar-se a serviço do outro, nas mais diversas situações, por amor e não por dever. Com toda clareza o papa Francisco diz: “o discípulo não recebe o dom do amor de Deus para sua consolação privada; não é chamado a ocupar-se de si mesmo nem a cuidar dos interesses duma empresa; simplesmente é tocado e transformado pela alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária”.



Trechos com adaptação.
 Texto de Ir. Helena Corazza, FSP 
– Jornalista, doutora em Ciências da comunicação
 pela ECA-USP, escritora e docente.



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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Missão Oblata além fronteiras

Lúcia Maria dos Santos, Irmã Oblata do Santíssimo redentor que trabalha no Projeto de missão em Lobito – Angola. Esta brasileira, oriunda de Minas Gerais, completou 25 anos como religiosa oblata. E segue trabalhando em favor de 60 mulheres que atualmente se beneficiam das atividades e programas do projeto que a congregação tem no país africano.

O Projeto de Lobito, fundado no ano de 2001, oferece cursos e oficinas de alfabetização, beleza, informática e cozinha, às mulheres que exercem a prostituição, em sua maioria, adolescentes entre 12 e 17 anos, que encontram no projeto um caminho que as ajudará a gestar seu futuro. Além destas oficinas, o projeto conta com uma área de atenção psicológica onde uma psicóloga ajuda às mulheres em seus problemas. 

Cada semana, as irmãs saem às ruas de Lobito para ajudar estas mulheres que, por falta de trabalho ou problemas familiares, acabam exercendo a prostituição. O sucesso do projeto está no fato de que a maioria delas acabam encontrando trabalho, graças à formação recebida. 

Lúcia Maria aponta que um dos principais problemas que se enfrenta é conscientizar e sensibilizar a sociedade angolana do problema da prostituição. Um objetivo que embora difícil, pouco a pouco vai se conseguindo, pois, há alguns anos atrás, a prostituição era um tema do qual não se falava, já que o tema não era tão globalizado como está atualmente. Embora com a necessidade de sensibilizar a população, as irmãs encaram um país que continua em instabilidade, o que dificulta no planejamento, pois não podem realizar projetos que sejam a/de longo prazo. 

Mas esta situação delicada não impede que Lúcia veja um horizonte de esperança ao perceber como cada vez mais mulheres buscam as Irmãs Oblatas para sair da prostituição, chegando muitas vezes a pedir que as reserve uma vaga no projeto mesmo quando não há previsão de alguma formação. 

A presença de Deus na experiência de cada uma das mulheres e jovens, e a maneira em que se ajudam e se esforçam para superarem, faz que as Irmãs Oblatas de Angola continuam lutando por ser pontos de luz, referencias em meio a escuridão.





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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Ser missionário, encontrar o próximo.

Certa vez, um amigo estava partilhando as viagens que fez durante suas férias. Essa pessoa pôde viajar bastante e conhecer muitos lugares bonitos. Pelas fotos que tirou durante o passeio, ele narrou as experiências que fez ao estar em tantos lugares incríveis, como vilarejos, hotéis, praias, mar... Outra vez, durante um encontro de família, um parente partilhou uma grande e bela viagem realizada a outro país. Também por fotos, essa pessoa mostrou tantos lugares famosos em que esteve, diversos momentos de lazer que aproveitou e tantas experiências privilegiadas.

Uma coisa que chama a atenção quando pessoas, como esse amigo e esse parente, narram e partilham as viagens que fizeram são as fotos de lugares, sempre muito bonitos, Esses viajantes exibem fotos de pontos turísticos famosos. Em uma viagem turística, há sempre muitas fotos e muitos vídeos feitos com as próprias câmeras, cartões postais e muitas lembrancinhas para dar de presente. Essas pessoas partilham o fato de conhecer cidades, construções, pontos turísticos, belezas naturais...

No entanto, algo a ser questionado é a experiência que o turista pode ter com as pessoas que vivem em determinado lugar. Quando se faz uma viagem, busca-se conhecer os lugares ou as pessoas? Daí é possível fazer uma grande distinção entre o turista e o missionário. Um turista faz uma longa viagem para conhecer uma cidade, a história de um lugar, apreciar a cultura, o artesanato e a culinária de uma região. Já o missionário tem necessidade de alcançar um conhecimento mais profundo. Ele sai de sua casa e vai a outros lugares para encontrar as pessoas, para fazer  uma experiência do Cristo no contato com o próximo.

Essa é uma imensa diferença! Não quer dizer que é errado ou ruim passear, fazer turismo, conhecer lugares diferentes. O que se quer ressaltar é a diferença entre o turista e o missionário. Os dois saem de suas casas e se colocam  em viagem. No entanto, eles têm objetivos muito diferentes um do outro. O turista viaja para conhecer um novo lugar ou para descansar. Já o missionário se coloca em viagem para fazer, sobretudo, uma experiência de Deus.

Um missionário do Senhor, seja na própria terra ou em qualquer outro lugar, não se contenta em conhecer somente os prédios, os monumentos ou as belezas naturais. O missionário, porém, tem a necessidade de encontrar as pessoas. Por meio da convivência fraterna em uma nova comunidade, podemos descobrir novas culturas e aprender sua maneira de viver. Uma pessoa que tem no coração a inquietação de levar a Boa-Nova somente realiza sua missão mediante uma profunda experiência de amor e de serviço ao próximo.

Essa experiência tão intensa de encontro com o outro produz frutos que vão muito além de fotografias e filmagens. São experiências intensas que marcam fortemente o coração do missionário. Trata-se da experiência do encontro com Cristo na pessoa do outro, da descoberta de uma nova cultura pelo amor ao próximo. Esses frutos permanecem na memória e especialmente no coração.

Texto: Davi Mendes Caixeta, SJ
Fonte: Revista Mensageiro do Coração de Jesus - 05/2015.



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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Maria: Inspiração em nosso cotidiano missionário

A história da religiosidade popular nos faz, muitas vezes, imaginar Maria a partir do estereótipo da pacata dona de casa ou a jovem mãe com o filho nos braços. No entanto, Maria é mais que isso; é a mulher da coragem, do sim sem limites, a mulher do silêncio cheio de sabedoria, o modelo de discípula.

É essa mulher forte e mãe terna, seguidora de Jesus na causa do Reino, que nos inspira para uma resposta generosa e fiel aos Projetos de Deus no nosso cotidiano. Ao percorrer a narrativa dos evangelistas, enxergamos Maria, a pedagoga que nos ensina a ser missionários e missionárias, discípulos e discípulas. Maria, ao saber que daria a luz ao Filho de Deus, diz sim, mesmo ainda sendo muito jovem. Ela nos ensina a responder sim ao chamado para a messe onde os operários e operárias são poucos. 

Maria é a mulher que não hesita. Ao saber que sua prima Isabel está grávida, se põe imediatamente a caminho. Ponhamo-nos também à caminho sempre que necessário for, sempre que nossos irmãos e irmãs de nós precisarem.

Imagem: A12.com
Maria nos ensina a ouvir e a fazer tudo o que Jesus nos disser. É nas Bodas de Caná que ela, ao estar atenta ao que se passa, sabe dizer que faltava vinho. Estejamos nós atentos em nossa família, em nosso trabalho, em nossa comunidade, para, assim como Maria, sermos solícitos e saber ouvir, para fazer tudo o que Ele nos disser.

Maria aprende com Jesus. Ela muda a direção do seu caminhar. De maneira inovadora, Jesus apresenta o Reino de Deus. É árduo também para ela os novos passos, afinal, a sua história de mulher de Nazaré da Galiléia a faz ter certezas construídas a partir da história do seu povo. Aprendamos nós a desconstruir certezas arraigadas em nossas culturas, para que, com o espírito mariano, entendamos a proposta do Jesus ousado e atual e nos coloquemos a caminho.

Por fim, Maria é especialmente contemplada pelo Espírito Santo, na concepção de Jesus e na comunidade dos discípulos em Pentecostes. Agraciada por Deus, ela é para nós, como flecha que aponta para Jesus Cristo e nos convoca a sermos discípulos e discípulas do seu Filho, missionários e missionárias em prol da construção do Reino, em favor dos mais pobres, humildes e abandonados.

Louvemos à Maria mãe, mulher, serva de Deus, discípula, missionária pedagoga da libertação e da esperança. Não tenhamos medo de nos colocar a caminho. Aprendamos com ela a seguir o Mestre Jesus.

Texto: Hilda C. de Miranda Farias 
(MLR - Unidade Dom Muniz - Belo Horizonte - MG)
Fonte: Revista Akikolá.




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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Maria: Mãe e missionária do Pai com Jesus

Maria é missionária por vários fatores, mas ela é acima de tudo missionária porque nela se realiza e se gesta o transbordamento do amor de Deus, Jesus Cristo.

Maria está sempre envolta dessa presença do mistério divino, desde o seu SIM, pelo qual tornou-se a mãe do Salvador (Lc 1, 26-38) até o seu SIM dolorido e sofrido aos pés da cruz de Jesus (Jo 19, 25-27). Ela se torna filha bendita por meio do amado Filho! Reconhecemos em Maria o autêntico itinerário que cada batizado deve trilhar para viver como missionário.
Imagem: A12.com

A Virgem Maria nos ensina a ter fé. Ela conservava no coração tudo o que ouvia e via, e por isso foi feliz, porque acreditou. Ela acolheu o Verbo encarnado em seu ventre e a partir de então passou a realizar a peregrinação da fé, seguindo o seu Filho. Ela não permaneceu alheia e indiferente ao amor e a presença de Deus em sua vida, mas se envolveu e deixou-se cativar pelo mistério de amor de Deus.

Invocando-a sob vários títulos, ela vem ao socorro de toda a humanidade nas mais variadas situações e perigos. Nela a Igreja se reconhece também como Mãe, disposta a ir aonde Cristo quer que o amor de Deus alcance. Maria é a primeira evangelizada (Lc 1, 26-38) e a primeira evangelizadora (Lc 1, 39-56).

“Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Os missionários, ou seja, todos os batizados, que gastam a sua vida à frente dos campos de missão ou no dia-a-dia do seu trabalho, da vida familiar e das ações eclesiais encontram em Maria o modelo perfeito de dedicação e fidelidade, pois ela se consagrou totalmente como Serva do Senhor.

Ser missionário é ser como Maria disposta a lançar-se na grande aventura de crer e com ela, afirmava São João Paulo II, “aprendei também vós a dizer o ‘SIM’ de adesão plena, alegre e fiel à vontade do Pai e ao seu projeto de amor”.

Texto: Pe.Helder José, C.Ss.R
Fonte: A12.com





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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Juntamente com os jovens, levemos o Evangelho a todos - Papa Francisco

"Queridos jovens, juntamente convosco desejo refletir sobre a missão que Jesus nos confiou. Apesar de me dirigir a vós, pretendo incluir todos os cristãos, que vivem na Igreja a aventura da sua existência como filhos de Deus. O que me impele a falar a todos, dialogando convosco, é a certeza de que a fé cristã permanece sempre jovem, quando se abre à missão que Cristo nos confia. «A missão revigora a fé» (Carta enc. Redemptoris missio, 2): escrevia São João Paulo II, um Papa que tanto amava os jovens e, a eles, muito se dedicou.

O Sínodo que celebraremos em Roma no próximo mês de outubro, mês missionário, dá-nos oportunidade de entender melhor, à luz da fé, aquilo que o Senhor Jesus vos quer dizer a vós, jovens, e, através de vós, às comunidades cristãs.

A vida é uma missão

Todo o homem e mulher é uma missão, e esta é a razão pela qual se encontra a viver na terra. Ser atraídos e ser enviados são os dois movimentos que o nosso coração, sobretudo quando é jovem em idade, sente como forças interiores do amor que prometem futuro e impelem a nossa existência para a frente. Ninguém, como os jovens, sente quanto irrompe a vida e atrai. Viver com alegria a própria responsabilidade pelo mundo é um grande desafio. Conheço bem as luzes e as sombras de ser jovem e, se penso na minha juventude e na minha família, recordo a intensidade da esperança por um futuro melhor. O facto de nos encontrarmos neste mundo sem ser por nossa decisão faz-nos intuir que há uma iniciativa que nos antecede e faz existir. Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade: «Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 273).

Anunciamo-vos Jesus Cristo

A Igreja, ao anunciar aquilo que gratuitamente recebeu (cf. Mt 10, 8; At 3, 6), pode partilhar convosco, queridos jovens, o caminho e a verdade que conduzem ao sentido do viver nesta terra. Jesus Cristo, morto e ressuscitado por nós, oferece-Se à nossa liberdade e desafia-a a procurar, descobrir e anunciar este sentido verdadeiro e pleno. Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e da sua Igreja! Neles, está o tesouro que enche a vida de alegria. Digo-vos isto por experiência: graças à fé, encontrei o fundamento dos meus sonhos e a força para os realizar. Vi muitos sofrimentos, muita pobreza desfigurar o rosto de tantos irmãos e irmãs. E todavia, para quem está com Jesus, o mal é um desafio a amar cada vez mais. Muitos homens e mulheres, muitos jovens entregaram-se generosamente, às vezes até ao martírio, por amor do Evangelho ao serviço dos irmãos. A partir da cruz de Jesus, aprendemos a lógica divina da oferta de nós mesmos (cf. 1 Cor 1, 17-25) como anúncio do Evangelho para a vida do mundo (cf. Jo 3, 16). Ser inflamados pelo amor de Cristo consome quem arde e faz crescer, ilumina e aquece a quem se ama (cf. 2 Cor 5, 14). Na escola dos santos, que nos abrem para os vastos horizontes de Deus, convido-vos a perguntar a vós mesmos em cada circunstância: «Que faria Cristo no meu lugar?»

Transmitir a fé até aos últimos confins da terra

Pelo Batismo, também vós, jovens, sois membros vivos da Igreja e, juntos, temos a missão de levar o Evangelho a todos. Estais a desabrochar para a vida. Crescer na graça da fé, que nos foi transmitida pelos sacramentos da Igreja, integra-nos num fluxo de gerações de testemunhas, onde a sabedoria daqueles que têm experiência se torna testemunho e encorajamento para quem se abre ao futuro. E, por sua vez, a novidade dos jovens torna-se apoio e esperança para aqueles que estão próximo da meta do seu caminho. Na convivência das várias idades da vida, a missão da Igreja constrói pontes intergeracionais, nas quais a fé em Deus e o amor ao próximo constituem fatores de profunda união.

Por isso, esta transmissão da fé, coração da missão da Igreja, verifica-se através do «contágio» do amor, onde a alegria e o entusiasmo expressam o sentido reencontrado e a plenitude da vida. A propagação da fé por atração requer corações abertos, dilatados pelo amor. Ao amor, não se pode colocar limites: forte como a morte é o amor (cf. Ct 8, 6). E tal expansão gera o encontro, o testemunho, o anúncio; gera a partilha na caridade com todos aqueles que, longe da fé, se mostram indiferentes e, às vezes, impugnadores e contrários à mesma. Ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e à presença sacramental da Igreja constituem as periferias extremas, os «últimos confins da terra», aos quais, desde a Páscoa de Jesus, são enviados os seus discípulos missionários, na certeza de terem sempre com eles o seu Senhor (cf. Mt 28, 20; At 1, 8). Nisto consiste o que designamos por missio ad gentes. A periferia mais desolada da humanidade carente de Cristo é a indiferença à fé ou mesmo o ódio contra a plenitude divina da vida. Toda a pobreza material e espiritual, toda a discriminação de irmãos e irmãs é sempre consequência da recusa de Deus e do seu amor.

Hoje para vós, queridos jovens, os últimos confins da terra são muito relativos e sempre facilmente «navegáveis». O mundo digital, as redes sociais, que nos envolvem e entrecruzam, diluem fronteiras, cancelam margens e distâncias, reduzem as diferenças. Tudo parece estar ao alcance da mão: tudo tão próximo e imediato... E todavia, sem o dom que inclua as nossas vidas, poderemos ter miríades de contactos, mas nunca estaremos imersos numa verdadeira comunhão de vida. A missão até aos últimos confins da terra requer o dom de nós próprios na vocação que nos foi dada por Aquele que nos colocou nesta terra (cf. Lc 9, 23-25). Atrevo-me a dizer que, para um jovem que quer seguir Cristo, o essencial é a busca e a adesão à sua vocação.

Testemunhar o amor

Agradeço a todas as realidades eclesiais que vos permitem encontrar, pessoalmente, Cristo vivo na sua Igreja: as paróquias, as associações, os movimentos, as comunidades religiosas, as mais variadas expressões de serviço missionário. Muitos jovens encontram, no voluntariado missionário, uma forma para servir os «mais pequenos» (cf. Mt 25, 40), promovendo a dignidade humana e testemunhando a alegria de amar e ser cristão. Estas experiências eclesiais fazem com que a formação de cada um não seja apenas preparação para o seu bom-êxito profissional, mas desenvolva e cuide um dom do Senhor para melhor servir aos outros. Estas louváveis formas de serviço missionário temporâneo são um começo fecundo e, no discernimento vocacional, podem ajudar-vos a decidir pelo dom total de vós mesmos como missionários.

De corações jovens, nasceram as Pontifícias Obras Missionárias, para apoiar o anúncio do Evangelho a todos os povos, contribuindo para o crescimento humano e cultural de muitas populações sedentas de Verdade. As orações e as ajudas materiais, que generosamente são dadas e distribuídas através das POMs, ajudam a Santa Sé a garantir que, quantos recebem ajuda para as suas necessidades, possam, por sua vez, ser capazes de dar testemunho no próprio ambiente. Ninguém é tão pobre que não possa dar o que tem e, ainda antes, o que é. Apraz-me repetir a exortação que dirigi aos jovens chilenos: «Nunca penses que não tens nada para dar, ou que não precisas de ninguém. Muita gente precisa de ti. Pensa nisso! Cada um de vós pense nisto no seu coração: muita gente precisa de mim» (Encontro com os jovens, Santiago – Santuário de Maipú, 17/I/2018).

Queridos jovens, o próximo mês missionário de outubro, em que terá lugar o Sínodo a vós dedicado, será mais uma oportunidade para vos tornardes discípulos missionários cada vez mais apaixonados por Jesus e pela sua missão até aos últimos confins da terra. A Maria, Rainha dos Apóstolos, ao Santos Francisco Xavier e Teresa do Menino Jesus, ao Beato Paulo Manna, peço que intercedam por todos nós e sempre nos acompanhem.

Vaticano, 20 de maio – Solenidade de Pentecostes – de 2018.

FRANCISCO.

Fonte: Vatican



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