segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Maria, vocação divina num coração humano

Como vocacionada de Deus, Maria participa de uma missão, 
e entrega sua vida para que se realize o projeto de Deus.

Uma canção popular se pergunta: porque amo assim Maria? Não é difícil constatar esta verdade que está no coração dos cristãos. O amor à Mãe de Jesus é uma das inspirações mais elevadas de nossa espiritualidade e tem motivado grandes inciativas em favor de nossa Igreja e de toda humanidade. 

Todos os cristãos sabem e reconhecem que o âmago de nossa fé é o próprio Cristo, e deste mistério pascal emanam todas as nossas manifestações devocionais. Sabemos, porém, que a presença de Maria é muito viva em nossa espiritualidade e em nossas celebrações.

Toda liturgia proclama a presença fecunda de Deus na história, realizada por Jesus Cristo. Em sua ação salvadora, Ele serve de “parcerias” que dinamizam sua ação no mundo. São os grandes nomes bíblicos e suas profecias, bem como nossos grandes santos, e sua dedicação ao povo e à Igreja, Nenhuma parceria é tão primordial e elevada como a oferta do “sim” da mesma Mãe de Jesus, a mulher de Nazaré. Maria é venerada como “vocacionadas de Deus”, a mulher que participa de uma missão e entrega sua vida para que se realize o projeto misericordioso de Deus. Por esta razão, Maria está presente em todas as celebrações de nossas comunidades, sempre como serva fiel e dedicada ao Senhor. Por certo, todas as celebrações cristãs expressam o mistério vivo de Cristo na história e reconhecem a presença de Maria como coadjutora deste caminho de salvação. Porque está unida a Deus, vive os passos de seu Filho, nas alegrias e nas dores, ela faz parte de nossa vida de fé e de celebrações. Como o mistério mais elevado de nossa doutrina é a revelação Trinitária, Maria participa dele como servidora para a manifestação desse mistério no mundo.

O “sim” de Maria na manjedoura
Deus quer participar da história humana. De fato, desde o início da criação, Ele está presente com seus seres criados, mas na plenitude dos tempos, sua intenção é “habitar entre nós”. E veio humilde e simples numa manjedoura, entre os pastores mais pobres, as palhas mais humildes e os animais que dividiam consigo os pequenos espaços de sua estrebaria.

Maria está presente, pois aceitou um convite extraordinário: ser portadora do Filho de Deus ao mundo. Por sua resposta positiva ao anjo, torna-se serva do projeto salvador do mundo. O convite do anjo, representando a vontade de Deus, é um pedido para integrar-se no itinerário da salvação.

Quando aceitamos um convite divino para participar de um projeto em favor da comunidade, da Igreja ou da sociedade, nos integramos num itinerário para realizar o bem, em favor dos irmãos. Nem sempre temos consciência, mas devemos estar abertos às suas consequências. Maria aceita caminhar por estradas desoladas, partindo da Galileia para Belém, enfrentando poeira, frio, fogo e cansaço. Sua missão e sua entrega vocacional implicam nos sacrifícios inerentes á sua realização. Ninguém, nem mesmo Maria, busca o sacrifício; antes procuramos tranquilidade e vida sem percalços, mas quando assumimos uma missão, aceitamos os seus desafios. Para estar na manjedoura, contemplando o “menino divino”, seus pais, Maria e José, correram todos os riscos, como a difamação, o “escondimento” e a luta silenciosa dentro de uma sociedade carregada de preconceitos, sobretudo contra as mulheres.

Como Maria, nossa vocação de servir o Filho de Deus implica no comprometimento com os desfavorecidos, o desalojamento de nossa comunidade, a busca do outro; estas posturas implicam em críticas, riscos de vida e sacrifícios. A vocação de Maria, revelada na manjedoura, exigiu sua entrega e suas consequências, como toda resposta positiva dos vocacionados implica em compromissos concretos e corajosos.

Pe. Antônio S. Bogaz e Prof. João Hansen – PODP 
Fonte: Revista Rogate 05/2015

sábado, 27 de agosto de 2016

Reflexão do Evangelho: Lc 14,1.7-14

O evangelho nos ensina a modéstia e a gratuidade na perspectiva do Reino de Deus. Lucas gosta de apresentar Jesus como viajante e hóspede: a comunhão de mesa é o lugar da amizade, e Jesus quer ser amigo. Mas amigo de verdade não esconde a verdade. Na casa de um fariseu, de modo surpreendente e, segundo os nossos critérios, um tanto indelicado, Jesus ensina algumas regras: 1) aos convidados, ensina a não procurar o primeiro lugar, para que o dono da casa possa apontar o lugar mais importante; 2) ao anfitrião, ensina a não convidar as pessoas de bem, mas os que não podem retribuir, pois só assim demonstramos gratuidade e magnanimidade. Em outros termos, Jesus ensina a saber receber de graça e a saber dar sem intenções calculistas. O sentido profundo dessa lição se revelará na Última Ceia (22,24-27), em que o anfitrião é o Servo, que dá até a própria vida.

Jesus é um desses hóspedes que não ficam reféns de seus anfitriões. Já o mostrou a Marta (cf. Lc 10,38-42, 16º domingo); mostra-o também no evangelho de hoje. Olhemos o contexto da perícope. O anfitrião é um chefe dos fariseus. A casa está cheia de seus correligionários, não muito bem-intencionados (14,2). Para começar, Jesus aborda o litigioso assunto do repouso sabático, defendendo uma opinião bastante liberal (14,3-6).

Depois (em 14,7, onde começa o texto de hoje) critica, com uma parábola, a atitude dos fariseus, que prezam ser publicamente honrados por sua virtude, também nos banquetes, onde gostam de ocupar os primeiros lugares (cf. Lc 11,43). Alguém que ocupa logo o primeiro lugar num banquete já não pode ser convidado pelo anfitrião para subir a um lugar melhor; só pode ser rebaixado se aparecer alguma
pessoa mais importante. É melhor ocupar o último lugar, para poder receber o convite de subir mais. Alguém pode achar que isso é esperteza. Mas o que Jesus quer dizer é que, no Reino de Deus, a gente deve adotar uma posição de receptividade, não de autossuficiência.

Segue-se outra lição, também relacionada ao banquete, porém dirigida ao anfitrião (um fariseu: cf. 14,1). Não se devem convidar os que podem convidar de volta, mas os que não têm condições para isso. Só assim nos mostraremos verdadeiros filhos do Pai, que nos deu tudo de graça. É claro que tal gratuidade pressupõe a atitude recomendada na parábola anterior: o saber receber. Portanto, a mensagem do evangelho de hoje é: saber receber de graça (humildade) e saber dar de graça (gratuidade). Isso ficou ilustrado na primeira leitura, que sublinha a necessidade da humildade, oposta à autossuficiência.

Pe. Johan Konings, sj
Fonte: Revista Vida Pastoral

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Jesus, modelo de animador vocacional


Que possamos guardar no coração todos estes gestos de Jesus, nosso primeiro animador vocacional, para que em nossas vidas sejamos transmissores deste amor e cuidado com a vocação de cada pessoa.





7. Jesus reza pelos vocacionados.
“Pedro, rezei por ti para que tua fé não desfaleça”, diz Jesus. Ele passa a noite em oração para a escolha dos Apóstolos. Ele pede oração ao Senhor da messe para que não faltem operários e pastores para o povo.









8. Jesus seleciona os vocacionados. 
Ele coloca condições para segui-Lo. É Ele que escolhe o vocacionado. O homem curado de Gerasa (Mc 5,19) queria seguir Jesus Cristo, mas Ele não deixou e disse: “Volte para casa e anuncie que o Senhor fez contigo”. Vocação é chamada de Deus, resposta do homem e condição para ser discípulo. É preciso ter consciência das condições para vocação sacerdotal e religiosa. Quem não tem condições de ver sangue não pode ser cirurgião, quem tem medo de altura não tem condições para ser piloto de avião. Na questão vocacional, as condições são importantes.



Texto com adaptações.
Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina, PR
Fonte: Revista Mensageiro

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Vida Religiosa Consagrada

Nós os chamamos de religiosos, religiosas, Padres, Irmãos, Irmãs, Monges e Monjas, e até Eremitas!
Eles se consagram a Deus nosso Senhor, atendendo a um chamado da Igreja e um apelo íntimo... 
De muitos modos eles e elas se consagram a um serviço particular, a um testemunho, segundo os carismas de suas Ordens, Congregações, com estilos e espiritualidades diversas, segundo a riqueza do Espírito.

O Concílio Vaticano II cuidou também deles e delas, há 50 anos, na Constituição Dogmática “Lumem Gentium” (“A Luz dos Povos”), e dedicou todo o Capítulo VI à Vida Religiosa Consagrada (VRC). Assim, mais uma vez, a Igreja reconhece entre os múltiplos caminhos de santidade o dom da VRC, como modo específico de servir, vivido no seguimento de Cristo. 

O chamado ao seguimento de Cristo na VRC é pura gratuidade de Deus. Quem dá seu “Sim” a esse chamado entrega-se totalmente ao seguimento de Jesus, procurando imitá-lo em sua atenção à Vontade do Pai, colocando-se ao serviço do Seu Reino de Amor e de Paz. Isso implica um esvaziar-se da própria vontade, para acolher e realizar a Vontade de Deus, Pai amoroso atento á felicidade de cada pessoa.

O que distingue os (as) consagrados(as) na Vida Religiosa das outras vocações são os votos que fazem de: castidade, pobreza e obediência; votos esses que podem ser traduzidos por: amor universal, despojamento e disponibilidade. Outra característica da VRC é a “vida comunitária”. A vida fraterna tem sua inspiração na vivência dos primeiros cristãos (ver At 4,32).

A VRC vive inserida num mundo de muitas mudanças e perda de valores. Todas as Congregações devem atualizar-se, mas com critério, discernindo o que deve ser mudado e o que deve ser conservado, mantendo-se fiéis ao espírito de seus Fundadores e suas intenções apostólicas evangelizadoras.

O Papa Francisco dedicou o ano de 2015 á Vida Religiosa Consagrada e exortou todos (as) os (as) consagradas (as) a viverem com fidelidade, criatividade e alegria esse seguimento.

Os religiosos e as religiosas recebem seus novos membros por pura graça de Deus, mas também com a cooperação, que Ele quer, do nosso testemunho, oração constante e fiel, e dos convites que façamos! É preciso  que peçamos vocações também e, em primeiro lugar, em nossas famílias! Que os Párocos e os Coadjutores promovam o conhecimento e o amor à VRC em suas pregações e suas palestras! E também nos grandes movimentos e associações leigas! Esta é a intenção  do Santo Padre Francisco com o lançamento deste Ano da Vida Religiosa Consagrada!       

Texto com Adaptações.
Ir. Luisa Maria Barreto Valle, ISJ
Fonte: Revista Mensageiro do Coração de Jesus

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Testemunho Vocacional

No dia 03 de julho de 2014 fui surpreendida por uma carta vocacional para jovens que tinha como título: “Vem e Segue-me!”. No primeiro instante achei engraçado, pois acreditava que minha vocação já estava definida e seria o matrimônio, porém não contive a minha curiosidade e fui ler exatamente o que dizia a carta. Senti realmente que alguém estava falando comigo através daquela carta, pois em uma das frases dizia: 'Jesus precisa de você para continuar sua missão no mundo'. Me negava escutar aquela frase que ficou ressoando dentro de mim, até que um dia tive coragem e resolvi começar a fazer um acompanhamento vocacional. 

Comecei por curiosidade, sem muito interesse, pois não tinha nada a perder. Realmente não tive nada a perder, só ganhei. Entre muitas fichas e alguns encontros vocacionais e partilhas, o que havia mexido comigo no primeiro contato só foi aumentando.

Quanto mais eu conhecia, mais eu queria conhecer, até que um dia percebi que precisava tomar decisões mais concretas. Foi a partir daí que cada vez mais fui me questionando e optei por uma grande decisão. 

Decidi dar mais um passo em minha caminhada, pedi orientação de como proceder, e como orientado, fiz uma carta solicitando minha entrada no Aspirantado externo. Enviado o pedido, era só aguardar a resposta da Congregação. O tempo foi passando e a ansiedade aumentando, quando chegou à carta da Congregação não conseguia ver, pois meu nervosismo era tão grande que não me ajudava, até que respirei fundo e consegui ver, e não poderia ser uma resposta melhor... Era um Siiiiiimmmm. Até agora foi o melhor sim da minha vida!

Com este sim, tinha que dizer para minha família o que estava acontecendo. Já sabia que as reações não seriam as melhores, pois não acreditavam que um dia eu realmente pudesse tomar essa atitude. Mas confiava que aos poucos Deus ia agindo na vida de meus familiares para que compreendessem e não foi diferente, Deus realmente agiu. 

Até que chegou o dia da minha entrada no Aspirantado externo. Foi um dia de muita alegria, pois estava confirmando um chamado que por algum tempo eu recusei por insegurança. Naquele momento como Aspirante ainda sentia que poderia dar mais de mim, então poderia pedir para fazer experiência.
Aos poucos fui amadurecendo essa ideia até que pedi e mais uma vez fui aceita. Mais um comunicado a família e agora mais difícil, pois ia abandonar o meu cotidiano (Trabalho, faculdade), mas já estavam preparados e aceitaram muito bem a minha decisão. 

Fiz um bom caminho, na verdade estou fazendo um ótimo processo. Pois a caminhada é constante. O que para mim um dia foi surpresa, hoje já no Postulantado é motivo de muita alegria. Todos os meus passos foram dados no momento certo. Estar mais próxima à missão, da vida comunitária é muito gratificante, sinto que estar mais próxima da missão, posso transmitir o amor que Deus tem comigo.

Marcelly Gomes de Carvalho, 23 anos, 
Postulante Oblata, natural do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Chamados a ser livres para amar

É do amor de Deus, difundido em nossos corações, por meio do Espírito, que a comunidade religiosa se origina e por ele se constrói como uma verdadeira família reunida em nome do Senhor.” (A vida Fraterna em Comunidade I, 8).

A liberdade e o amor são duas palavras fundamentais quando falamos sobre vocação. Toda vocação nasce de uma relação, de um chamado e de uma missão. Não existe nenhuma vocação que não contenha em si esta experiência de encontro e entrelaçamento entre o querer amoroso de Deus e o vocacionado. Se toda vocação nasce a partir da iniciativa divina, o vocacionado é chamado a reproduzir no mundo os mesmos gestos de amor, misericórdia, acolhida, fraternidade, justiça e paz do próprio Deus. A vocação do profeta Jeremias deixa bem clara a ação de Deus como anterior a qualquer iniciativa humana e como base fundamental que possibilita ao discípulo a experiência do amor gratuito e livre.

O chamado de Deus a toda pessoa humana é pleno de liberdade e de amor, de modo que, a vocação está imersa na capacidade de reconhecer-se através de gestos concretos de doação de si. Assim, todo vocacionado é chamado a perceber que sua verdadeira identidade encontra-se na disposição corajosa de sua vida e na capacidade de entregá-la por causa do Reino de Deus. Sair de si mesmo constitui um trabalho fundamental para quem deseja seguir a Cristo e ser seu discípulo.

O convite de Jesus é um apelo à experiência da fé. Nesta dinâmica, a vocação cristã é “deixar-se a si mesmo, sair da comodidade e rigidez do próprio eu para centrar a nossa vida em Jesus Cristo; abandonar como Abraão a própria terra, pondo-se confiadamente a caminho, sabendo que Deus indicará a estrada para a nova terra” (Mensagem do Papa Francisco pelo Dia Mundial de Oração pelas Vocações).

A confiança discipular conduz cada vocacionado a ir além de si mesmo e assumir no mundo uma vocação específica, seja ela para a vida matrimonial, sacerdotal, religiosa, leiga e missionária. Em toda vocação, a felicidade encontra-se no fazer-se servo, irmão e próximo de cada pessoa e de todas as coisas criadas. 

Deste modo, a vocação de um modo geral passa pelo exercício de ser no mundo,  testemunha de Jesus Cristo como servo/a de toda criatura através da oração, do serviço aos mais necessitados, da fraternidade e do anuncio da paz e do bem em todos os lugares do mundo. 

Texto com adaptações.
Frei Willian Gomes Mendonça OFMCONV. 
Jornal Testemunho de fé 2015

sábado, 20 de agosto de 2016

Reflexão do Evangelho: Lc 1,39-56

O evangelho de hoje é o Magnificat. O quadro narrativo é significativo: Maria vai ajudar sua parenta Isabel, grávida, no sexto mês. Ao dar as boas-vindas à prima, Isabel interpreta a admiração dos fiéis diante daquilo que Deus operou em Maria. Esta responde, revelando sua percepção do mistério do agir divino: um agir de pura graça, que não se baseia em poder humano; pelo contrário, envergonha esse poder, ao elevar e engrandecer o pequeno e humilhado, porém dedicado ao serviço de sua vontade amorosa. O amor de Deus se realiza por meio não da força, mas da humilde dedicação e doação. E nisso manifesta sua grandeza e glória.

O Magnificat, hoje, ganha nova atualidade, por traduzir a pedagogia divina: Deus recorre aos humildes para realizar suas grandes obras.  Ele escolhe o lado de quem, aos olhos do mundo, é insignificante. Podemos ler no Magnificat a expressão da consciência de pessoas “humildes” no sentido bíblico: rebaixadas, humilhadas, oprimidas. A “humildade” não é vista como virtude aplaudida, mas como baixo estado social mesmo, como a “humilhação” de Maria, que nem tinha o status de casada, e de toda a comunidade de humildes, o “pequeno rebanho” tão característico do Evangelho de Lucas (cf. 12,32, texto peculiar de Lc). Na maravilha acontecida a Maria, a comunidade dos humildes vê claramente que Deus não obra por meio dos poderosos. É a antecipação da realidade escatológica, na qual será grande quem confiou em Deus e se tornou seu servo (sua serva), não quem quis ser grande pelas próprias forças, pisando os outros. Assim, realiza-se tudo o que Deus deixou entrever desde o tempo dos patriarcas (as promessas).

A glorificação de Maria no céu é a realização dessa perspectiva final e definitiva. Em Maria são coroadas a fé e a disponibilidade de quem se torna servo da justiça e da bondade de Deus; impotente aos olhos do mundo, mas grande na obra que Deus realiza. É a Igreja dos pobres de Deus que hoje é coroada.

Em Maria vislumbramos a combinação ideal da glória e da humildade: ela deixou Deus ser grande na sua vida.

Pe. Johan Konings, sj
Fonte: Revista Vida Pastoral

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Jesus, modelo de animador vocacional

Nesta caminhada vocacional, Jesus se mostra nosso companheiro e amigo. Se faz presente em todos os momentos e nos escuta, escuta essa que nos direciona o melhor caminho.



5. Jesus chama pecadores.
Chama pessoas defeituosas, limitadas, fracas e apresenta os remédios para a cura, a conversão, a mudança do coração. Jesus abre as portas para a solução e a superação dos problemas do vocacionado. Ele mostra como as fraquezas podem jogar o vocacionado nos braços do Pai, tornando-o mais humano, misericordioso, compreensivo e compassivo. Isso gera esperança no vocacionado e infinita gratidão, pois tudo é graça. A Experiência da fraqueza estimula o desejo e o anseio pela santidade.





6. Jesus acompanha o vocacionado. 
É preciso estar com Jesus, aprender com Ele, ter Seus sentimentos, seus critérios, Suas atitudes. Jesus mostra que a vocação é para a missão e vai corrigindo, educando, preparando, formando o vocacionado. Tem muita paciência no processo educativo, respeita as etapas e a liberdade da resposta do vocacionado.



Texto com adaptações.
Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina, PR
Fonte: Revista Mensageiro

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A família e os idosos: um desafio vocacional

Falar de família, de sua vocação e missão é trazer o tema do cuidado com os idosos como um dos assuntos principais, afinal, somos chamados a resgatar sua dignidade e seu valor no seio familiar. Quantos e quantas não são esquecidos, deixados à margem até mesmo por serem considerados um “estorvo”? Não são de forma alguma! Uma das missões mais sublimes que temos é valorizá-los integralmente, garantir seus direitos e respeitá-los acima de tudo.

Nos acontecimentos da História da Salvação, há alguns sinais de que o idoso faz parte da construção do projeto de Deus para seu povo: “O acontecimento da apresentação no templo (cf. Lc 2,41-50) coloca-nos diante do encontro das gerações: as crianças e os anciãos. A criança que surge para a vida, assumindo e cumprindo a Lei, e os anciãos, que a festejam com alegria do Espírito Santo. Crianças e anciãos constroem o futuro dos povos. As crianças porque levarão adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas” (DAp nº 477).

Muitos aspectos devem ser considerados quando tratamos do tema da família, ou, do contrário, correremos o risco de deixar de lado assuntos de extrema importância. Para o idoso, não é fácil lidar com a solidão e as fragilidades diante de tantas situações diárias. É um grande mal, para aqueles que seguem a Cristo e seus ensinamentos, que a pessoa idosa seja descartada, abandonada aos cuidados ou “descuidados” de terceiros, ou da própria sociedade. É preciso levar em conta toda a vivência e dedicação que cada um teve durante a caminhada. "Muito“ de nossos idosos gastaram a vida pelo bem de sua família e da comunidade, a partir de seu lugar e vocação. Muitos, por seu testemunho e obras, são verdadeiros discípulos missionários de Jesus. Merecem ser reconhecidos como filhos e filhas de Deus, chamados a compartilhar a plenitude do amor e a serem queridos em particular pela cruz de suas doenças, da capacidade diminuída ou da solidão. A família não deve olhar só as dificuldades que traz a convivência com eles ou o ter que atende-los. A sociedade não pode considera-los como peso ou carga. É lamentável que em alguns países não haja políticas sociais que se ocupem suficientemente dos idosos já aposentados, pensionistas, enfermos ou abandonados. Portanto, exortamos a criação de políticas sociais justas e solidárias, que atendam a estas necessidades” (DAp Nº449).

Não se pode deixar de lado o que a igreja vem fazendo nesse sentido, através de documentos, campanhas e pastorais, especialmente a Pastoral da Pessoa idosa que, a partir de um trabalho bem, a partir de um trabalho bem direcionado e consistente, busca a promoção humana e espiritual, a valorização da pessoa idosa, o resgate da dignidade, e a luta pelos direitos dos idosos. Somos chamados a participar, a oferecer nossa ajuda, a sermos voluntários para que o trabalho cresça e se torne cada vez mais sólido.

Que a Igreja, família doméstica, a partir da reflexão no Sínodo dos Bispos sobre a família, assuma de fato a sua verdadeira missão e vocação, sabendo lutar pela autêntica acolhida às pessoas idosas. Dessa forma, diante da pergunta: “E o idoso, como vai?”, possamos responder: “Vai bem, muito bem, com a graça de Deus e sendo cuidado pelos irmãos e irmãs!”.

Texto com adaptações.
Pe. Geraldo Tadeu Furtado, RCJ – Daniel Leão
Diretor da Rogate e Assistente de Redação, respectivamente.
Fonte: Revista Rogate.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Tempo de Valorizar a família

O Segundo domingo de agosto, é dedicado aos pais, vivos ou falecidos e, por conseguinte, à família, cuja semana é celebrada em seguida.

Para nós que professamos a fé católica, falar de pai é lembrar automaticamente de Deus, o Pai por excelência, e de São José, o homem escolhido pelo mesmo Senhor para ser, na terra, o pai adotivo de seu Filho, Jesus Cristo, quando este “na plenitude dos tempos” (Gl 4,4) sem deixar de ser Deus, assumiu, no seio da Virgem Maria, por obra do Espirito Santo, a nossa humanidade, a fim de resgata-la do pecado e elevá-la, novamente, à filiação divina.

Diz o Santo Padre, o Papa Francisco: “Hoje ponderaremos acerca de uma característica essencial da família, ou seja, a sua vocação natural para educar os filhos, a fim de que cresçam na responsabilidade por si mesmos e pelo próximo. O que lemos do apóstolo Paulo é muito bonito: ‘Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não irriteis os vossos filhos, para que eles não desanimem’ (Cl 3, 20-21). Trata-se de uma regra sábia: o filho que é educado a ouvir e a obedecer aos pais, os quais não devem mandar de uma maneira inoportuna para não desencorajar os filhos. Com efeito, os filhos devem crescer passo a passo, sem desanimar. Se vós, pais, dizeis aos vossos filhos. Com Efeito, os filhos: ‘Subamos por escada’ e pegais na sua mão, ajudando-os a subir passo a passo, as coisas correrão bem. Mas se vós dizeis: ‘Sobe!’ – ‘Mas mão consigo’ – ‘Vai!’, isto chama-se exasperar os filhos, pedindo-lhes aquilo que eles não são capazes de fazer. Por isso, a relação entre pais e filhos deve ser sábia, profundamente equilibrada. Filhos, obedecei aos vossos pais, pois isso agrada a Deus. E vós, pais, não exaspereis os vossos filhos, pedindo-lhes coisas que eles não conseguem fazer. É preciso agir assim, para que os filhos cresçam na responsabilidade por si mesmos e pelo próximo”.

Texto com Adaptações
Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro
Fonte: Jornal Testemunho de Fé, agosto de 2015.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O mistério da Assunção de Maria


A Assunção de Maria refere-se a que a Mãe de Deus, após sua participação na missão de seu Filho foi elevada em corpo e alma à glória celestial. No coração de todo ser humano palpita Deus. Não somos da terra, mas do céu, somos de Deus. Para entrar no céu é preciso cumprir a vontade de Deus.

Maria, escolhida entre todas as mulheres, cumpriu sua missão e foi levada para junto de seu Filho, na glória.

Como testemunham os santos, olhemos para Maria e aprendamos com ela a acolher o Salvador. São Germano de Constantinopla exalta que é o afeto de Jesus pela sua Mãe que exige a presença de Maria no céu com o filho divino. “É preciso que onde estou Eu, também tu estejas, Mãe inseparável de teu Filho…”. 

O Concílio Vaticano II, recordando na Constituição dogmática sobre a Igreja o mistério da Assunção, chama a atenção para o privilégio da Imaculada Conceição: precisamente porque fora ‘preservada de toda mancha de culpa original’ (LG, 59), Maria não pode permanecer como os outros homens no estado de morte até o fim do mundo. A ausência do pecado original e a santidade, perfeita desde o primeiro momento da existência, exigiam para a Mãe de Deus a plena glorificação da sua alma e do seu corpo.

Em sua homilia, por ocasião da Solenidade da Assunção de Maria ao céu no dia 15 de agosto de 1995, São João Paulo II ressaltou que na primeira Carta aos Coríntios, São Paulo fala da elevação de Maria ao céu.

“Cristo ressuscitou mortos como primícias dos que morreram. Porque, assim como por um homem veio a morte, também a ressurreição dos mortos veio por um homem que, assim como todos morrem em Adão, assim também em Cristo, todos serão vivificados. Cada qual porém, na sua ordem: Cristo, como primícias, os que são de Cristo, por ocasião da sua vinda”. (1 Cor. 15, 20-23).

A festividade da Assunção foi instituída por Papa Pio XII com a Bula “Munificentissimus Deus”, em 1º de novembro de 1950. Com aquele documento, Eugenio Pacelli proclamou o último dogma (até hoje) da Doutrina Católica.

No Brasil, o Dia da Assunção de Maria é comemorado no domingo seguinte ao dia 15 de agosto. Nesta festividade se recorda a presença admirável da Virgem Maria na vida dos fiéis católicos, que em Nossa Senhora veem a glória da Santa Igreja e a prefiguração de sua própria glorificação.

Todos são chamados a participar desta glória, que na Assunção de Maria apresenta-nos o reinar de Deus e o poder de Cristo sobre a criação. Louvemos a Mãe de Cristo e Mãe da Igreja, unidos a quantos a venerarem em todas as partes da terra.

Polyana Gonzaga
Imagem: Google

sábado, 13 de agosto de 2016

Reflexão do Evangelho: Lc 12,49-53

O evangelista Lucas elabora longamente a subida de Jesus, da Galileia a Jerusalém, para a Páscoa final (Lc 9,51-19,27). No percurso dessa “viagem”, Lucas insere diálogos e declarações de Jesus, muitas das quais se encontram também no Evangelho de Mateus, embora talvez em outro contexto. Trata-se de palavras de Jesus tomadas da “Quelle”, a coleção de ditos com que Mateus e Lucas enriqueceram, cada um a seu jeito, o primitivo Evangelho de Marcos. Com esses ditos, Lucas transforma o relato da viagem num ensinamento rico e, muitas vezes, radical. O de hoje, que se encontra também em Mt 10,34-36, é certamente radical. Lucas o insere logo depois de uma exortação à prontidão permanente em vista da volta do Senhor para pedir contas de nossa fidelidade e prática (Lc 10,35-48). Assim, essa perspectiva final marca as nossas opções do dia a dia. E essas opções podem opor-nos, na prática, às pessoas com as quais convivemos, nas nossas sinagogas ou igrejas e até nas nossas casas e famílias: “pai contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e filha contra mãe, sogra contra nora e nora contra sogra” – como já dizia o profeta Miqueias (Mq 7,3). Aliás, o fato de Jesus citar um profeta acrescenta uma dimensão especial: o cumprimento das Escrituras. Aquilo de que falavam os profetas alcança sua plenitude agora.

A palavra de Jesus supõe que o tomem pelo Messias (em 9,18-20 Simão já havia declarado essa opinião). Mas não é um Messias como eles imaginam, alguém que produza pacificamente e quase que por milagre a paz. Que a “paz” fosse o grande presente do Messias era a expectativa corriqueira, e isso no sentido mais amplo que se possa imaginar, pois na língua de Jesus paz significa a plenitude, a satisfação de tudo o que o ser humano possa desejar honestamente diante de Deus. O problema é que a paz messiânica é fruto da justiça (Is 32,17), supõe o agir justo dos “filhos da paz”. E é isso, exatamente, que vai dividir as pessoas, de modo que o Messias, de fato, traz uma divisão. E o critério dessa divisão é Jesus mesmo. O que combina com seu caminho, com seu modo de agir, garante o beneplácito de Deus; o contrário, não. É bom lembrar o que já anunciou João Batista: o “mais forte” que viria depois dele batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Lc 3,16). Pois bem, o fogo chegou (Lc 12,49).

Pe. Johan Konings, sj
Fonte: Revista Vida Pastoral

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Jesus, modelo de animador vocacional


Jesus, nosso modelo de animador vocacional nos convida a levar a cultura vocacional aonde formos, para que possamos com p exemplo de seus gestos, ajudar a juventude a encontrar seu caminho e missão.




3. A palavra atraente. 
Jesus aproxima-se e dirige a Palavra, inicia o diálogo, estabelece o encontro, cria vínculo de amizade, de atração pelas coisas do Pai. Jesus atrai pelo Seu jeito de ser e pela palavra. Ele interpela o vocacionado.




4. A transparência de Jesus.
Ele não esconde a cruz, a renúncia, o sacrifício, as exigências da vocação. Ele é leal com o vocacionado e mostra os meios de vitória e perseverança na vocação. O vocacionado não é iludido, é motivado por Jesus.



Texto com adaptações.
Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina, PR
Fonte: Revista Mensageiro

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

“A Casa da Palavra” - Espiritualidade Vocacional

A Igreja é, sem dúvida, o lugar da Oração dos vocacionados!

Por este viés propomos, como ponto de partida, a espiritualidade vocacional, conforme lemos na mensagem do papa emérito Bento XVI, na ocasião do 2° Congresso Latino-americano de Vocações ocorrido na Costa Rica, em 2011. Nesta mensagem, Bento XVI, destaca “ a importância do cuidado da vida espiritual no cultivo das vocações” (cf.: Documentos Conclusivo do 2° Congresso Latino-americano de Vocações, p. 10).

A imagem da “Casa”, numa concepção paulina, é um lugar estável onde a família se reúne para oração, a partilha do pão e a caridade. Dentro deste conceito paulino, a casa é, antes de tudo, Igreja Doméstica- “comunidade de comunidades” (cf. Documentos da CNBB, 100, edições CNBB, n° 99, p.51).

O “Rosto da Palavra” leva a criar intimidade com Aquele que chama pelo nome. “É o passo para a liberdade de escolher o próprio caminho... passo que somente pode dar quem aprende a ser contemplativo em seu viver diário.” (Cf. Documento Conclusivo, p.37).

No entanto, os vocacionados devem encontrar na igreja – Casa da Palavra – o sinal visível de uma espiritualidade vocacional. As pastorais, os movimentos eclesiais e grupos afins devem tomar consciência de que “toda espiritualidade Cristã é vocacional”, de que a Igreja é a casa de oração dos vocacionados. Uma comunidade vocacionada, ministerial e servidora que conduza todos os vocacionados a “rever o caminho, redescobrindo novas formas e expressões de espiritualidade... uma identidade discipular e missionária que ajude a recuperar o profetismo e sua atração” (idem, pp.37 e 38).

O tempo dos vocacionados é agora, na comunidade que reza, que testemunha e que atrai outros para o seguimento. Isto implica numa sensibilidade pastoral que tenha como sustento da fé uma espiritualidade que leve os vocacionados ao “encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, e a assumir e impulsionar uma formação discipular e missionária, integral e contínua” (idem p.38).

Que as nossas comunidades paroquiais descubram esta pérola e proponham atividades vocacionais nos vários âmbitos da pastoral de conjunto como, por exemplo, ao menos um retiro espiritual anual para as suas lideranças e seus jovens, com temática vocacional, como nos ensina o Concílio Vaticano II em seu decreto Optatam Totius, na segunda parte: “haja empenho em fomentar as vocações. Nisso têm grande peso as famílias cristãs, as paróquias... “. Por fim, a Igreja “é a casa-comunidade onde os vocacionados se encontram. O chamado é para todos. É vocação para todos...” (cf.: Documentos da CNBB, 100, edições CNBB, n° 171, p.80). 

É hora de interrogar-se: Qual vocação? Que caminho seguir? Que ministério e serviço assumir?

Texto com adaptações
Autor: Pe. Geraldo Tadeu Furtado, RCJ 
Fonte : Revista Rogate- novembro de 2015

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Cultura Vocacional - dom e profecia

Ao anunciar o Reino de Deus aos pobres, a partir de uma realidade bem concreta, Jesus dá continuidade e aprofunda a missão iniciada pelos profetas ao longo da história do povo eleito de Israel. Mas Jesus não é apenas um novo profeta que aparece na história de Israel. Ele é o Profeta (cf. At 3,12-26). E mostra ter consciência de sua vocação e missão profética ao afirmar: “devo prosseguir o meu caminho, pois não convém que um profeta pereça fora de Jerusalém” (Lc 13,33). O próprio povo reconhece a vocação profética de Jesus que inaugura um novo tempo para Israel (cf. Lc 7,16 ; Jo 6,14). 

À semelhança dos grandes profetas do Antigo Testamento, Jesus testemunha ao povo o projeto de Deus, de justiça e vida para todos. Desde esta perspectiva, consideramos a Cultura Vocacional como a responsabilidade dos seguidores de Jesus de denunciar tudo que contradiz a dinâmica do Reino de Deus, e dele dar testemunho e anuncia-lo. Neste sentido, somos todos chamados ao profetismo e a discernir, à luz do Espírito Santo, o caminho da libertação.

Como animadores e animadoras das vocações e ministérios, não podemos esquecer que nossa vocação é profetizar dentro e fora da Igreja. Juntos, buscamos reinterpretar os acontecimentos da história à luz do projeto do Reino de Deus, e dele dar testemunho e anuncia-lo. Neste sentido, somos todos chamados ao profetismo e a discernir, à luz do Espírito Santo, o caminho da libertação. Não podemos esquecer que nossa vocação é profetizar dentro e fora da Igreja. Juntos, buscamos reinterpretar os acontecimentos da história à luz do projeto do Reino de Deus ao qual Jesus entregou a sua vida. Enquanto construtores da Cultura Vocacional, temos a preocupação de defender e promover a vida, principalmente aquela que se encontra mais ameaçada.

A fidelidade ao projeto do Reino traz consequências sérias para os que assumem com coragem a vocação profética. Implica, quase que necessariamente, em sofrimento, perseguição e incompreensões. Apesar disto, não recuamos nem negociamos os valores do Reino. A busca da justiça, o anúncio do evangelho e o seguimento de Jesus instauram uma nova ordem sócia, e nos faz sentir verdadeiramente Igreja, comunidade peregrina na fé. Neste horizonte situamos a Cultura Vocacional, apontando e valorizando todas as vocações e ministérios que o Espírito suscita nas comunidades. Cada um, a seu modo, traz acentuada dimensão profética e ajuda na transformação em vista de um a sociedade mais justa e fraterna.

Nossa Vocação é construir o Reino de Deus assinalado por Jesus Cristo. Neste horizonte de fé e esperança, consideramos o Rogate e toda oração vocacional como um “remédio eficaz” onde pedimos, com todo o Povo de Deus, operários e operárias para o Reino (cf. Mt 9,38; Lc 10,2).

Texto com adaptações.
Pe. Gilson Luiz Maia RCJ
Fonte Revista Rogate - 2015

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Opção Vocacional

Toda vocação, como mistério de amor, É andar na contramão do mundo...
Trabalhei por muitos anos na Pastoral Vocacional e compartilho com simplicidade algumas lições aprendidas nesse ministério.

Ninguém se compromete com algo ou alguém se antes não foi atraído e tocado no seu coração. A história de cada pessoa carrega mistérios profundos, permeados por sombras que a fazem única. E seu crescimento passa, não poucas vezes, por essas feridas que o tempo vai cicatrizando.

No início de cada vocação, há um mistério de graça e generosidade. As pessoas são interiormente movidas por uma paixão que torna fácil o que parecida ser impossível. Surgem, então, encontros e desencontros e perguntas que nem sempre possuem respostas imediatas. E, em um belo dia, a vocação adquire tal força e clareza que permite deixar casa e parentes e ir embora para terras desconhecidas.  É o encantamento do amor!

Para acertar na vocação é preciso percorrer o caminho da gratuidade e da verdade, pois nada se constrói sobre o egoísmo e a mentira. Quem ama não se cansa nem perde os melhores sonhos que em si habitam!

A vocação religiosa é iniciativa gratuita de Deus, proposta misteriosa, e exige uma resposta generosa. Diante da carência de vocações, há o perigo de relativizar o acompanhamento e os critérios de admissão, prejudicando o/a candidato/a e a vida consagrada.

Lembro-me de dois jovens que me perguntaram: “O que a sua Congregação poderia nos oferecer?”. Chocado, apenas respondi: “Oferecer?..., mas são vocês que devem se colocar a serviço!”. Eles nunca mais voltaram!

A vocação não é promoção social nem decisão de momento, mas ponto culminante de um processo de crescimento humano e espiritual. As vocações tipo “relâmpago”, aquelas que “brilham” muito e fazem bastante “barulho”, costumam acabar escandalosamente cedo.

Igualmente, aquelas que se enquadram no mundo das probabilidades: “possivelmente vai melhorar no futuro”: A vida costuma enredar mais o que agora já parece complicado... Candidatos/as duvidosos/as não deveriam ser admitidos. Precisamos estar apaixonados pela pessoa e pela proposta de Jesus para decidir a vida, sem contabilizar interesseiramente ganhos ou perdas. 

Muito/as jovens sentem o desejo de se entregar ao Senhor por inteiro, mas poucos o concretizam. O que falta? Discernimento? Capacidade? Coragem?  

Toda vocação passa pelo crivo da purificação. É necessário burilar arestas, corrigir motivações e atitudes pouco evangélicas. A opção vocacional é o primeiro passo para a santidade.

Deixo uma pergunta: o que você pensa a respeito de pessoas que se dedicam pelo sacerdócio ou pela vida consagrada?


Texto com adaptações.
Pe. J. Ramón F. de la Cigoña, SJ 
Fonte: Revista Mensageiro do Coração de Jesus

sábado, 6 de agosto de 2016

Reflexão do Evangelho (Lc 12,32-48)

O evangelho “atualiza” a lembrança da vigília de Israel no tema da vigilância escatológica. A comunidade cristã era uma minoria vulnerável, um “pequeno rebanho” (12,32). Porém, a ela pertence o Reino, a comunhão com Deus. Nisso entram diversas considerações. Lembrando o ensino de Jesus sobre a riqueza (Lc 12,33-34; cf. domingo passado), o evangelho ensinaque o discípulo deve estar livre, procurando só o que está guardado ou depositado (a tradução diz “tesouro”) junto a Deus. Os versículos seguintes, Lc 12,35-48, ensinam então a vigilância (cf. primeira leitura): perceber o momento! Os servos devem estar prontos para a volta do seu Senhor, pois essa volta será o juízo tanto sobre os que estiverem atentos quanto sobre os despreocupados. E essa vigilância consiste na fidelidade no serviço confiado a cada um (cf. Mt 24,43-51; 25,1-13; Mc 13,35).

Lucas nos faz ver nossa vida em sua dimensão verdadeira. Vivendo no ambiente mercantilista do Império Romano, o evangelista vê constantemente o mal causado pelas falsas ilusões de riqueza e bem-estar, além do escândalo da fome (cf. 16,19-31). Se escrevesse hoje, não precisaria mudar muito. Ensina-nos a vigilância no meio das vãs ilusões.

A leitura continua com outras sentenças e parábolas referentes à parusia. Elas explicam, de maneira prática, o que a vigilância implica. Com a imagem do administrador sensato e fiel (12,42), Lucas ensina a cuidar do bem de todos os que estão em casa. Pela pergunta introdutória de Simão Pedro (12,41), parece que isso se dirige sobretudo aos líderes da comunidade.
A vigilância não significa ficar de braços cruzados, esperando a parusia acontecer, mas assumir o bem da comunidade (cf. 1Ts 5). Lucas fala também da responsabilidade de cada um (12,47-48). Quem conhecia a vontade do Senhor e, contudo, não se preparou será castigado severamente, e o que não conhecia essa vontade se salva pela ignorância; a quem muito se deu, muito lhe será pedido; a quem pouco se deu, pouco lhe será pedido.

O importante dessa mensagem é que cada um, ao assumir no dia a dia as tarefas e, sobretudo, as pessoas que Deus lhe confiou, está preparando sua eterna e feliz presença junto a Cristo, que é, conforme Lc 13,37 e 22,27, “o Senhor que serve” (o único que serve de verdade).
Cristo ama efusivamente a gente que ele confia à nossa responsabilidade. Não podemos decepcionar a esperança em nós depositada.

A visão da vigilância como responsabilidade mostra bem que a religião do evangelho não é ópio do povo, como Marx a chamou. A fé, vista na perspectiva do evangelho de hoje, implica até a conscientização política, quando, na solicitude pelo bem dos irmãos, se descobre que bem administrar a casa não é passar de vez em quando uma cera ou um verniz nos móveis, mas também, e sobretudo, mexer com as estruturas tomadas pelos cupins...

Tal vigilância escatológica não é uma atitude fácil. Exige que a gente enxergue mais longe que
o nariz. É bem mais fácil viver despreocupado, aproveitar o momento... Pois, afinal, “quem sabe
quando o patrão vai voltar?” (cf. Lc 12,45).

Pe. Johan Konings, sj
Fonte: Revista Vida Pastoral

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Jesus, modelo de animador vocacional


Neste mês vocacional, vamos aprender um pouco mais sobre Vocação e nas próximas sextas-feiras, vamos descobrir os traços de animador vocacional de Jesus.


1. O olhar de Jesus. 
Os vocacionados eram tocados pelo olhar de Deus, o olhar de Jesus. Ele viu Pedro na praia, viu Natanael debaixo da figueira, viu Tiago e João consertando as redes, viu Levi sentado no telônio, viu Zaqueu sobre a árvore. No olhar de Jesus, o vocacionado sentia-se acolhido, chamado, amado. A vocação começa com a experiência do olhar amoroso de Jesus, que é expressão do amor de Deus Pai.





2. A proximidade de Jesus.
Jesus aproxima, pergunta, fala, interroga. O vocacionado é tocado pela presença e pela proximidade de Jesus. Ele dá o primeiro passo, antecipa-se, vai ao encontro, aproxima-se. Ele percebe a realidade, a vida, a história do vocacionado. Ele é o grande motivador de vocações porque vai ao encontro, tem iniciativa.




Texto com adaptações.
Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina, PR
Fonte: Revista Mensageiro

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Senhor o que queres de mim?

Foram entrevistados 1.502 jovens espanhóis, entre 18 e 29 anos, de grandes valores humanos e cristãos. Eram, na maioria, universitários e disseram que, se optassem pela Vida Consagrada (irmãos, irmãs ou padres), essa opção teria boa acolhida em suas famílias (68%). Muitos deles estão engajados em experiências de voluntariado ou em ONGs a favor do próximo. Quase todos (91%) se declaram católicos praticantes e comprometidos. Uma coisa fica clara: sem fé profunda ninguém entra na Vida Consagrada.

Considerando-se que muitos dos entrevistados (65% a 95%) têm uma imagem positiva da Vida Consagrada, então vem à pergunta: se eles têm uma imagem positiva, por que há poucos que decidem pela Vida Consagrada? Esses jovens veem os religiosos (as) como pessoas diferentes, com outros valores, e também fora da realidade deles. Então, o que é importante para os jovens de hoje? 

Para os jovens de hoje tudo é descartável e relativo, por isso uma opção para toda a vida resulta arriscada e incompatível com a mentalidade circundante. O radicalismo da Vida Consagrada não é fácil de ser assumido por esses jovens (88%), pois tudo muda e todos nós mudamos, segundo eles. Para eles, é quase impossível comprometer para sempre o seu futuro pessoal e social. Só 11% deles dizem não ser afetados por isso.

A sexualidade, para os jovens de hoje, não é algo mau ou pecaminoso. Eles valorizam o celibato de Jesus, mas dizem: “Também se pode seguir o Senhor Jesus vivendo a sexualidade como casados” (86%). O matrimônio é uma forma de vida plenamente cristã. Por isso, não podemos colocar a Vida Consagrada como rival do matrimônio, mas como uma vocação diferente do compromisso humano e cristão. As duas vocações são um chamado a viver em plenitude a visa cristã. A vida Consagrada não é uma fuga da vivencia da sexualidade, mas outro modo de vive-la. Eles questionam assim o celibato.

A liberdade pessoal é outro empecilho para optar pela Vida Consagrada. O mundo religioso e eclesiástico parece impositivo e autoritário para a maioria dos jovens (88%). Em uma sociedade democrática, o exercício da autoridade deve ser participativo e dialogante, respeitando-se a liberdade pessoal, embora esta esteja muito condicionada. Uma autoridade vertical impositiva e dogmática é um contravalor cultural e fere a liberdade das pessoas.

A maioria dos entrevistados (90%) declara sentir-se afetada seriamente se tiver de renunciar à própria autonomia pessoal. Assim, eles questionam o voto de obediência. A valorização exagerada da individualidade degenera, facilmente, no individualismo egoísta. A primazia do indivíduo sobre o grupo e deste sobre o bem comum é uma das consequências funestas do capitalismo selvagem. A absolutização do próprio “eu” e da realização pessoal à custa dos outros não é positiva nem evangélica. A autonomia é um dos valores mais complexos e ambíguos da nossa sociedade. Em nome do valor da autonomia pode-se cair no egoísmo mais banal.

A fé cristã de muitos jovens é frágil, enquanto a vida religiosa exige uma fé forte e segura. Isso dificulta para 67% dos jovens a opção pela Vida Consagrada. O pensamento débil existente na nossa cultura afeta todo o sistema de valores, relativizando-o e debilitando-o. Seria bom ajudar os jovens a ter uma relação pessoal com Jesus Cristo, único meio seguro para se defender de ideologias que debilitam ou fanatizam a fé.

Enfim, o desejo por maior bem-estar social e melhor qualidade de vida dificulta a decisão pela Vida Consagrada de 87% dos entrevistados. Os jovens de hoje querem se divertir e usar todas as possibilidades ao mesmo tempo. A renúncia não condiz com o estilo de vida deles.

Outra crítica dos jovens de hoje diz respeito ao lugar social da mulher na Igreja, que, para 71% dos entrevistados, é o de subordinação. Em uma sociedade democrática e igualitária, isso é intolerável.

Os jovens formam três grandes grupos, segundo o seu posicionamento diante dos valores da modernidade: os progressistas (65% dos entrevistados) desejam um tipo de Vida Consagrada mais comprometida; os conservadores (15% dos entrevistados) desejam um tipo de Vida Consagrada mais tradicional e infantilizada; os indiferentes (20% dos entrevistados) não souberam dizer o tipo de Vida Consagrada que desejam.

Vemos, assim, a diversidade de valores na juventude na juventude hoje. A verdadeira mudança ocorre no interior das pessoas e estas mudam quando seus valores e a sua hierarquia também se transformam. Alguns valores legítimos e humanos da sociedade de hoje não o são para a Vida Consagrada. Os jovens francamente não se encaixam, pois sentem que não podem viver com pessoas de valores tão diferentes, apesar da admiração e do respeito.

Se queremos jovens nas nossas comunidades religiosas, precisamos convidá-los a seguir o modo como Jesus viveu: livre de tudo e a serviço de todos!

E você, o que acha da Vida Consagrada (irmãos, irmãs, padres) no Brasil?

Texto com Adaptações.
Pe. J. Ramón F. de la Cigona, SJ – 
Fonte: Revista Mensageiro

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Uma das primeiras lições a aprender: Cultura Vocacional


A igreja sempre se preocupou com a formação de seus membros, independentemente da opção vocacional ou ministério por eles assumidos. Todavia, nas últimas décadas, percebe-se uma atenção especial com a formação dos vocacionados ao Ministério ordenado e à Vida Consagrada. Um cuidado ainda maior recebem aqueles sacerdotes, consagrados, consagradas que se dedicam à animação vocacional e à formação dos futuros pastores do Povo de Deus. Ministros ordenados, consagrados e consagradas são os/as responsáveis diretos pela condução do rebanho do Senhor e, condutores da Igreja pelos desafiadores caminhos da história.

No caminhar da história a Igreja institucionalizou a formação de seus pastores e também das pessoas chamadas à Vida Consagrada. Hoje todos compreendem a animação vocacional e a formação como um “tempo e espaço” para a ação cuidadosa da comunidade chamadora e educativa, aberta ao Espírito. As casas de formação são compreendidas como o ambiente no qual os jovens vocacionados e vocacionadas se preparam para discernir e responder adequadamente ao chamado do Senhor. Nelas, existe um itinerário vocacional e formativo onde converge a graça de Deus e a dedicação humana dos formandos(as) e formadores(as), ajudando as pessoas chamadas a discernir e a responder com liberdade e generosidade ao chamado gratuito de Deus.

Neste ambiente vocacional e formativo, devemos apresentar aos jovens vocacionados/as o projeto da Cultura Vocacional. Não podemos deixar para Depois nem adiar o ensinamento dos elementos fundamentais da Cultura Vocacional e suas bases bíblicas, teológicas e pastorais.

A Cultura Vocacional é uma das primeiras lições a aprender. Que os vocacionados e vocacionadas aprendam desde o “berço” a amar todas as vocações, especialmente aquela à qual ele/ela se sente chamado/a, a apaixonar-se e conhecer a animação vocacional e cultivar um relacionamento de amizade e carinho com as casas de formação. 

A experiência já nos mostrou que adiar esta realidade pode levar a Igreja e, consequentemente, sua missão evangelizadora-vocacional, a grandes prejuízos. Muitos problemas e situações serão superados se mostrarmos aos vocacionados e vocacionadas a grandeza e a importância de servir a Igreja no campo das vocações e na formação. Importa valorizar cada vocação e ministério, e avançar com amor lúcido, construindo dia a dia a Cultura vocacional, órbita de eclesiologia ministerial. Os documentos nos recordam que a animação vocacional e a formação são inseparáveis e de responsabilidade de todos os batizados e batizadas.

Texto com Adaptações.
Pe. Gilson Luiz Maia, RCJ – Religioso Rogacionista 
Fonte: Revista Rogate 12/2014

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Agosto: Mês Vocacional

No Brasil, a Igreja dedica o mês de agosto à oração, reflexão e ação nas comunidades sobre o tema das vocações. Agosto é também o mês no qual celebramos a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, modelo de toda pessoa vocacionada. Maria elevada aos céus, em corpo e alma, após sua peregrinação terrestre, aponta-nos a meta final que o Senhor reserva para todos que O Amam e O servem aqui nesta terra e autenticam este amor no serviço ao seu irmão e irmã.

A Assunção de Maria está ligada diretamente ao seu “sim” dado ao Anjo Gabriel no dia da Anunciação. A Virgem de Nazaré procura primeiro discernir o que o Senhor lhe apresentava por meio do Anjo: “Eis que conceberás no teu seio e darás á luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus” (Lc 1,31). Então, Maria, disse ao anjo: “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?” (Lc 1,28).

Ao compreender o chamado de Deus, Maria disse “sim” e entrega toda a sua vida ao plano de Deus: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim, segundo a tua palavra” (LC 1,38).

Para cumprir sua missão, Deus a cumula de todas as bênçãos e graças: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28).

Maria é modelo de toda pessoa vocacionada. Todas e todos temos uma vocação, uma missão que recebemos de Deus ao nos chamar à vida. Ele nos criou por amor e para o amor. Esta é a vocação fundamental de todos nós, vocação que pode ser realizada por caminhos diferentes. Refletir sobre nossa vocação e missão na sociedade e na Igreja e pedir as luzes do Espirito Santo, para ajudar-nos a descobrir o que Deus espera de nós. Da opção vocacional que fazemos, depende nossa realização e o bem que faremos aos outros.

Hoje, na prática, fala-se de vocação para designar um estado de vida, com a vocação para o matrimonio; a vocação para o ministério presbiteral; a vocação religiosa e de especial consagração, e a vocação do leigo e da leiga na Igreja e na sociedade. Em geral, pode se dizer que a profissão é também uma vocação do leigo e da leiga na Igreja e na sociedade. Em geral, pode-se dizer que a profissão é também uma vocação, isto é, um chamado para colocar nossos talentos e dons a serviço dos irmãos e irmãs, no estado de vida que abraçamos.

Que Virgem Maria, elevada aos céus, após ter vivido plenamente o seu “sim” a Deus, nos ajude também a viver nosso “sim” dado a Deus no Batismo, que é o fundamento de toda vocação, e confirmado na vocação que abraçamos, para participarmos um dia com Ela da felicidade plena, junto da Trindade Santa.

Texto com adaptações.
Fonte: Revista de Aparecida – Campanha dos Devotos.