terça-feira, 31 de março de 2015

Sacramentos a Serviço da comunhão e da missão dos fiéis: Matrimonio

A Instituição do Matrimônio foi oficialmente reconhecida como um dos Sacramentos da Igreja no Concílio de Latrão IV (1215). Teologicamente, o Matrimônio é considerado como Sacramento porque é a imagem da união de Cristo com a Sua Igreja.  Diferentemente dos outros Sacramentos, este não foi instituído por Cristo porque é anterior ao Cristianismo, mas foi elevado à dignidade de Sacramento por Cristo que reconheceu alguma coisa de fundamental e boa na instituição marital. (cf. Cân. 1055).

Segundo o CIC: 1601. - "O pacto matrimonial, entre os batizados, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, foi elevado por Cristo, como Senhor, à dignidade de sacramento.” (Cân. l055 §1).

O matrimônio é um Sacramento de Serviço (junto com a Ordem), através dele nos unimos ao sexo oposto para juntos construirmos uma família, vivendo uma doação total ao outro e a Deus, chamados a construir uma família cristã, com pensamentos retos e morais. Neste sacramento, precisa ser primeiro de tudo, um território santo com amor sincero e verdadeiro; os próprios noivos são os ministros, eles se comunicam um ao outro a graça do amor entre cristo. É muito significativo quando outro casal de marido e mulher se faz de testemunha qualificada do matrimonio. Eles preparam os noivos nas respectivas comunidades e como testemunho de sua fé lhes passam a própria experiência.

Deus nos fez para a felicidade, não nascemos para viver sozinhos, mas sim com uma companhia. O Pai quando criou o homem, deu a ele uma companhia: Eva. Deus também acrescentou: ‘Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne’.
 (Gn 2, 24).

Papa Francisco destaca a importância do Matrimônio:
“Na união conjugal, o homem e a mulher realizam esta vocação no sinal da reciprocidade e da comunhão de vida plena e definitiva. Quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do matrimônio, Deus, por assim dizer, se reflete neles: imprime neles os próprios traços e o caráter indelével de seu amor. O matrimônio é o ícone do amor de Deus conosco”.

O Sacramento do Matrimônio é uma das grandes obras divinas, que foi criado para o Amor Familiar. A Família é o grande investimento que Deus criou, é através dela que se educa cidadãos retos procurando a imitação de Cristo Jesus.

Texto com adaptações.

http://papa.cancaonova.com/papa-dedica-catequese-ao-sacramento-do-matrimonio/
http://www.universocatolico.com.br/index.php?/matrimonio-sacramento.html
http://formacao.cancaonova.com/diversos/o-sacramento-do-matrimonio/

domingo, 29 de março de 2015

Reflexão da Palavra

Comentário da Segunda leitura (29/03/2013)


O texto de Paulo em Felipenses 2 é contracultural. Um texto que subverte a lógica da sociedade e produz um projeto de vida na perspectiva dos menores. Jesus renuncia ao direito de ser tratado como Deus para ser tratado como ser humano e, entre os humanos, ser tratado como um  entre os seus menores. Ele se apresenta como obediente. Não importa se essa obediência o levará à morte. O que mais importa é a presença  dele entre as muitas cruzes que o Império Romano disseminava naquela época e as muitas cruzes que o nosso povo hoje precisa carregar. Bem que ele poderia ter se encarnado como um membro do Sinédrio judaico, um senador romano, quem sabe um proprietário de terras, ou ainda como um César. Mas como poderia ele se assemelhar a todos aqueles que usavam de seus espaços  de poder econômico, religioso e político para oprimir o povo? Necessariamente o projeto de Jesus nasce debaixo. Ele se encontra na base da pirâmide social do Império Romano. No entanto. ele não se encontra sozinho. Junto a ele estão milhares de escravos que sofrem na esperança de libertação.
Jesus se esvazia porque somente vazio pode se preencher, preenchendo os outros. Que lógica invertida: somente vazios é que podemos ser bênçãos para os demais. Nesse belíssimo texto, temos dois movimentos  brilhantes: um descendente e outro ascendente. Jesus, num movimento descendente, esvazia-se e humilha-se e Deus, num momentos ascendente, eleva à condição de Senhor aquele que havia chegado à mais baixa humilhação. No entanto, devemos observar que Jesus, elevado à condição de Senhor, não se apresenta como um César. Jesus sempre se apresentará como um Senhor que é, ao mesmo tempo, um servo.

Texto: Luiz Alexandre Solano Rossi
Revista Vida Pastoral - Março - Abril de 2015
 -  ano 56 - número 302.

sábado, 28 de março de 2015

Louvando a Mãe de todos nós


Maria
                              Fernanda Brum

Era uma mulher sensível
A Deus serva submissa
Viveu ao Senhor sempre rendida
Bendita entre as mulheres
Exemplo será pra sempre
Bendito é o fruto do seu ventre

Alcançou graça no Senhor
Ela disse em seu coração

Engrandece alma minha
A meu Deus e meu Salvador
Pois sua graça e misericórdia
São de geração em geração

O anjo de Deus lhe disse
Não temas és escolhida
E a ti um favor foi concedido
Teu filho será investido
De glória e poder divino
Virá salvação desse menino.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Sacramentos à Serviço da comunhão e da missão dos fiéis: Ordem

Toda pessoa tem vocação e é convidada a participar da construção do reino. Toda igreja de Jesus deve ser servidora e ministerial (ministério significa serviço). Todos nós discípulos e discípulas de Cristo somos um povo sacerdotal, profético e pastor, mas há alguns ministérios de dedicação especial. A estes Deus mandou para o mundo todo para dar a boa noticia do reino, servir a igreja dentro do mundo.

Chama-se Ordem este sacramento, pois indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer parte, mediante uma especial consagração (Ordenação), que, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo para o serviço do povo de Deus. Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja: o episcopado, o presbiterado e o diaconato.

O ministério conferido pelo sacramento da Ordem consiste num outro tipo de participação na missão de Cristo, ou seja, no serviço em nome e na pessoa de Cristo no meio da comunidade. Além disso, o sacerdócio ministerial confere um poder sagrado para esse serviço dos fiéis. Esse serviço consiste no ensino, no culto divino e no governo pastoral.

No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo; Pastor de seu rebanho; Sumo Sacerdote do Sacrifício Redentor, Mestre da Verdade. A Igreja expressa isso dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age "In persona Christi Capitis", ou seja, na pessoa de Cristo-Cabeça.

O bispo é o único que pode tornar o leigo um diácono, sacerdote ou outro bispo. Para que isso aconteça e seja válido, o bispo ordenante deve ter sido validamente ordenado, isto é, que esteja na linha da sucessão apostólica, e em comunhão com a Igreja toda, principalmente com o Sumo Pontífice (o Papa).

Texto com adaptações.

Fonte:
 http://www.catequisar.com.br/texto/materia/dout/lv03/21.htm
http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-sacramento-da-ordem/

quarta-feira, 25 de março de 2015

PJ Oblatas participa de encontro de jovens da Região Belém

A Pastoral Vocacional Oblata formou uma parceria com o grupo de animação Vocacional da Diocese da Região Belém (Zona Leste/SP). A finalidade desta equipe é cultivar na juventude a cultura vocacional, num sentido amplo, visando o chamado à vida, e o sentido dos diversos chamados que Deus faz para cada pessoa.  O intuito é despertar a juventude para as diversas vocações para que respondam suas inquietações em relação ao chamado de Deus em suas vidas.

A Diocese do Belém está dividida em 10 setores que são representados pelos bairros da Região. Neste ano de 2015 a equipe se concentrará com atividades em quatro setores: Carrão/ Vila Formosa, Vila Prudente e Tatuapé.

No último dia 22 de março (domingo) aconteceu o primeiro o encontro desta programação, na paróquia São Vicente de Pallotti e São Pedro Apostolo (Setor Carrão/ Vila Formosa), que acolheu cerca de 40 participantes. Com a assessoria de Marcelo Naves, (Professor de Filosofia, voluntário na pastoral carcerária e militante jovem) o tema “Como ser Jovem testemunhando o evangelho na sociedade atual”, foi abordado dentro de uma dinâmica de “roda viva”, onde o assessor colocava frases a respeito da sociedade, com questões políticas, econômicas e juvenis, que inquietavam os participantes a expressarem suas opiniões. 

Tivemos também a participação das noviças e postulante Oblatas na animação e na mística do encontro. As jovens Oblatas apresentaram em forma de teatro uma releitura da Parábola do Bom Samaritano, na qual o Samaritano era uma prostituta.

No segundo momento do encontro, o assessor trabalha a questão bíblica, fazendo um paralelo da estrutura política, econômica, social e religiosa do tempo de Jesus em Nazaré, com os tempos atuais, deixando claro que para ser testemunha do evangelho, é importante conhecer as estruturas da realidade que nos cerca para entender a nossa postura enquanto jovens cristãos e cristãs que desejam responder com alegria sua vocação sendo testemunhas de um mundo novo.

Abaixo veja algumas imagens do evento:


 

Sacramentos de cura: Unção dos Enfermos

A vida da gente é uma escada de subidas e descidas, entre dores e alegrias, juventude e velhice, saúde ou doença... Os degraus são muitos, mas em todo caso, para quem tem fé, subir é sempre se aproximar de Deus.

Pela sagrada Unção dos Enfermos e pela oração do presbítero, a Igreja toda entrega os doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado, para que os alivie e salve. Exorta os mesmos a que livremente se associem à paixão e à morte de Cristo e contribuam para o bem do povo de Deus.

Antigamente, o Sacramento da Unção dos Enfermos era chamado Sacramento da extrema-unção dos Enfermos, foi trocado o nome porque o caracterizavam como o "sacramento da morte", e não é bem assim... Os sacramentos se recebem em vida, e não depois da morte. Inúmeras são as pessoas que já receberam o Sacramento da Unção dos Enfermos mais de duas vezes e estão vivos até hoje.

O sacramento da unção dos enfermos pode ser administrado tanto na igreja como na casa da pessoa ou no hospital, ou talvez num acidente na estrada, mas um importante requisito para a realização do Sacramento é a vontade do doente querer recebê-lo, ou seja, não adianta a família querer impor algo que o próprio doente não deseja (isso não vale só para esse Sacramento, mas sim para todos os outros).

A Unção dos Enfermos é a cura. A doença nos mostra que somos limitados. A doença é também sinal de nossa falta de fraternidade, de nosso pecado. Deus cura a doença e a raiz da doença. Deus está presente em nosso esforço de arrancar o mal pela raiz. É o que celebramos na Unção dos Enfermos. A Unção dos Enfermos é o sacramento da salvação total, do corpo e do espírito ao mesmo tempo. É o sacramento da esperança, porque ajuda o doente a entregar-se confiante nas mãos de DEUS.
Texto com adaptações.

Fontes:
http://www.auxiliadora.org.br/sacramentos/enfermos.html
http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-sacramento-da-uncao-dos-enfermos/

terça-feira, 24 de março de 2015

Sacramentos de Cura - Penitencia/ Confissão/ Reconciliação

Para muitos a confissão é um bicho de 7 cabeças. Até parece que as pessoas de hoje não tem mais pecados, quando na verdade estão presas a mentira, a violência, a cobiça a devassidão, ao medo. 

O sacramento da Penitência foi instituído por Jesus Cristo, segundo nos ensina o Evangelho de São João: “Depois dessas palavras (Jesus) soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23).

A confissão pode ser individual ou comunitária, a Igreja pede que os pecados graves, sejam confessados individualmente. O católico deve confessar-se no mínimo uma vez por ano, ao menos a fim de se preparar para a Páscoa. Mas somos também obrigados toda vez que cometemos um pecado mortal.

Para se fazer uma boa confissão são necessárias 5 condições:
  1. Um bom e honesto exame de consciência diante de Deus;
  2. Arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo;
  3. Firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter;
  4. Confissão objetiva e clara a um sacerdote;
  5. Cumprir a penitência que o padre nos indicar.

Toda confissão apaga completamente nossos pecados, até aqueles que não nos lembramos, e nos dá a graça santificante, tornando-nos naquele instante uma pessoa santa; tranquila de consciência e consolo espiritual. A penitência proposta no fim da confissão não é um castigo; mas antes uma expressão de alegria pelo perdão celebrado.  Perdoar e ser perdoado é viver a esperança e comunicar a alegria. Como é bom ver os filhos e filhas em paz com Deus que é Pai e Mãe, E ver os irmãos alegres entre si e libertos.

Texto com adaptações.
Fonte: CIC - Catecismo da Igreja Católica
http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/catequese-sobre-o-sacramento-da-confissao/


domingo, 22 de março de 2015

Reflexão da Palavra

A disposição para o serviço é essencial. Muitas vezes pensamos a vida cristã a partir de possíveis privilégios que possamos ter. Queremos tudo de Deus, desde que ele não exija nada de nós. Nosso coração entra em aliança com Jesus para vivermos privilégios, mas para que aprendamos a viver na dimensão do serviço.

Comentário da Segunda leitura (22/03/2013)


A primeira leitura traz um texto pequeno, mas denso de conteúdo. Desde o versículo 23 encontramos retratados os diversos aspectos da restauração durante e logo após o exílio, e, especificamente nos versículos 31-34, o aspecto decisivo é a nova aliança escrita no coração do ser humano (ver também em Ezequiel 16, 59-63). Jeremias faz questão de frisar que a nova aliança é bastante diferente daquela aliança firmada com os pais no Egito. Mas o que se entende por nova Aliança? Antes é preciso relembrar que a libertação do Egito não foi um evento qualquer. É considerada o início da história de Israel. Portanto, mencionando a aliança do Egito e opondo-lhe a nova, Jeremias quer dizer que esta deve ser vista como algo especial.

A nova aliança introduz um período equivalente ao iniciado com a primeira. Aliança que inaugura uma grandeza tão ampla quanto a inaugurada com o surgimento de Israel. Em outras palavras, a nova aliança inaugura uma nova história de Israel. E qual o perfil dessa nova história? É justamente o surgimento de uma sociedade que respeite a relação com o semelhante, que respeite sua individualidade, sua propriedade, seu direito à vida e à liberdade; uma sociedade onde não se oprime e se defende a vida dos estrangeiros, órfãos e viúvas; uma sociedade em que o ser humano é tratado como sujeito, e não como coisa. Mas o que há de novo? A novidade da segunda aliança é esta: "colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração" (v 33). A vontade de Deus já não será algo vindo de fora, necessitando de interpretação, de explicação e de ensino. A vontade do ser humano passa a ser idêntica à vontade de Deus, a qual deixa de ser algo alheio. Isso indica que haverá absoluta identificação e espontaneidade no cumprimento da vontade de Deus, Todos, grandes e pequenos, conhecerão Javé. E basta lembrar que "conhecer" não deve ser reduzido a um conhecimento intelectual, mas significa um conhecimento prático que envolve toda a existência do ser humano; uma experiência íntima de todos com Javé. De todo modo é preciso salientar que a nova aliança somente é possível porque Javé perdoa e esquece as culpas e os erros. É o próprio Javé que cria as condições necessárias para que a nova aliança possa, de fato, se realizar. 

Texto: Luiz Alexandre Solano Rossi
Revista Vida Pastoral - Março - Abril de 2015
 -  ano 56 - número 302.

sábado, 21 de março de 2015

Agradecendo a nossa Vida, louvando com Maria


A Primeira que Comungou
                                     Toca de Assis

A primeira que comungou foi a Virgem Maria
A primeira que recebeu Jesus no coração
A primeira que anunciou foi a Virgem Maria
E gerou na fé o profeta que de Izabel nasceu

Foi por ela que aconteceu a primeira adoração
E quando os magos a encontraram
Houve a primeira grande exposição

Mãe capela do Santíssimo sacrário do amor
Expõe para nós teu filho
Expõe para nós teu filho
Mãe capela do Santíssimo morada do Senhor
Expõe para nós teu filho
Expõe para nós teu filho
Primeiro ostensório do senhor.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Tragédia em Lobito - Angola

No último dia 11 de março, a cidade de Lobito em Angola foi surpreendida por uma forte chuva com muitos ventos. Como consequência deste temporal quatro bairros da cidade foram arrastados pelas águas. O número de vítimas chega a mais de 80 pessoas entre mortos e desaparecidos, pois a força da correnteza das águas foram em direção ao mar. No dia 13 pela manhã foi celebrado o funeral coletivo de 37 crianças e na mesma tarde aconteceu o enterro de 40 adultos e pouco a pouco vão aparecendo mais corpos.

Nós Irmãs Oblatas temos uma comunidade de missão em Lobito e estamos muito tristes com esta tragédia. Muitas das mulheres que participam do projeto de missão Oblata RENASCER foram afetadas. Por enquanto se sabe que cinco delas perderam seus pertences; três destas perderam familiares e outras perderam suas casas. Nossas Irmãs que lá residem estão bem, e estão trabalhando para ajudar o provo de Lobito nesta tragédia.

Mais informações nestes links:

21 de Março - Dia Internacional contra a Discriminação Racial



“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, 
por sua origem ou ainda por sua religião. 
Para odiar, as pessoas precisam aprender,
 e se podem aprender a odiar,
 podem ser ensinados a amar.”
Nelson Mandela




Para compreender o que celebramos neste dia é preciso nos contextualizar um pouco sobre uma história recente. 21 de Março é o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, data essa instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em 1960 aconteceu o massacre de Shaperville, na África do Sul, uma cidade próxima de Johanesburg. O que tornou esse dia memória da luta de um povo, quando 20 mil negros em sua maioria jovens estudantes, protestavam contra a lei do passe. Lei que os obrigava a portar cartões de identificação que especificavam os locais por onde eles poderiam transitar na cidade. Isso resultou na morte de 69 pessoas e quase 200 feridos. Esse acontecimento em Shaperville causou comoção mundial chamando atenção para o Apartaid.

Depois desse contexto histórico, queremos falar um pouco da mulher negra e que lugar ela ocupa na sociedade.

A situação da mulher negra hoje, ainda manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças. Pois ela continua em último lugar na escala social, e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do mundo. Apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com salario menor.

Acreditamos que não é novidade o lugar da mulher negra na sociedade, hoje. Foram muitos anos de escravidão e certamente ainda temos um longo caminho de desigualdades, fruto desta história de dor, sofrimento e resistência vivenciado pelo povo negro.
Podemos lembrar que o Brasil é o país com maior número de negros, depois do continente africano, porém o racismo de hoje é sustentado quando dizemos que não existe preconceito racial nesta nação.

Tudo que foi relatado acima é apenas para nos contextualizar diante da vertente que queremos abordar neste texto.

Desejamos que pensemos na seguinte pergunta:

Que lugar ocupa a mulher negra na Vida Religiosa Consagrada?
Falar da mulher negra na sociedade como já fora mencionado no texto é um fato que constatamos nas grandes pesquisas, nos meios de comunicação, porém falar da Mulher Negra na Vida Religiosa Consagrada ainda é um desafio. Pode até parecer meio contraditório já que todos nós somos filhos de Deus e no seguimento de Jesus deveria ser diferente (Mc 10,42-43).

É verdade que no inicio da Vida Religiosa Consagrada trazendo em si os valores que tinha a sociedade, várias congregações tinham escravos no tempo da escravatura e com a abolição, as religiosas negras tinham que estar na lavanderia, na cozinha, fazer o serviço que ninguém queria fazer. Não que isso não fosse digno para o Reino, a verdade é que a vida das mesmas se resumia a isso.

Olhando a Vida Religiosa Consagrada hoje, sabemos que estamos construindo uma nova história, que já demos passos concretos para um novo tempo, estamos a desenhar outro linear de um Reino sem exclusão. 
Todavia a pergunta que não quer calar é: Onde está o protagonismo das mulheres religiosas negras?
Não estamos falando de cursos acadêmicos, estudos profissionalizantes ou graduação. Também não estamos desmerecendo aquelas que estudam e estudaram, sabemos o quanto é necessário termos consciência de que é uma conquista para religiosa negra diante do processo histórico recente que vem ganhando um novo rosto na vida consagrada.

Porém estamos dizendo protagonismo que leva para a alteridade, que busca a essência que mergulha na raiz. De uma mulher que nasceu guerreira, traz na sua matriz uma história de quem venceu o martírio de uma tortura, e é inegável que carrega marcas produzidas por um sistema preconceituoso velado, mascarado de uma fraternidade que fingimos não existir.

Esse é um questionamento para nos olharmos como comunidades cristãs, seguidoras de Jesus.
Oxalá!! Um dia possamos viver como comunidade que na diversidade, descobre a unicidade para um anúncio libertador, onde os conselhos evangélicos são testemunhos de uma vida fraterna.
 
Texto:
 Ana Paula Assis e Marlene Bravo - Noviças Oblatas

quinta-feira, 19 de março de 2015

Sacramentos da Iniciação Cristã - Crisma/Confrimação

A primeira grande crisma da história está descrita em Atos dos Apóstolos capítulo 2:

"Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem."


O Sacramento da Crisma é um compromisso sério: 
A Confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o Sacramento que dá o Espírito Santo para enraizar-nos profundamente na filiação divina, incorporar-nos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a nossa vinculação com a Igreja, associar-nos mais à sua missão e ajudar-nos a dar testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada das obras." (CIC §1316).

O YOUCAT – Catecismo Jovem da Igreja Católica, afirma que: Ser Confirmado – Crismado significa fazer um acordo com Deus. O confirmado diz: sim, eu creio em Ti, meu Deus, dá-me o Teu Espírito para que eu te pertença totalmente, nunca me separe de Ti e te testemunhe com o corpo e com a alma, durante toda a minha vida, em obras e palavras, em bons e maus dias! E Deus diz: sim, Eu também creio em ti, Meu filho, e te darei o Meu Espírito e até a mim mesmo, pertencer-te-ei totalmente, nunca me separarei de ti, nesta e na vida eterna, estarei no teu corpo e na tua alma, nas tuas obras e nas tuas palavras mesmo que me esqueças, estarei sempre aqui, em bons e maus dias.
E Quem se decide livremente por uma vida como filho e filha de Deus e pede o Espírito de Deus, sob o sinal da imposição das mãos e da unção do óleo do Crisma, obtém a força para testemunhar o amor e o poder de Deus com palavras e atos.

A Confirmação é o sacramento que completa o Batismo e pelo qual recebemos o dom do Espírito Santo. Representa como que a passagem da infância para a fase adulta, espiritualmente falando. Nesse sentido é que a Crisma é o Sacramento da Confirmação do Batismo porque fortalece a Graça que este nos confere: se o Batismo nos imerge no Espírito Santo, a Crisma deve nos tornar “fortes e robustos” no mesmo Espírito, enquanto cristãos e membros do Corpo Místico de Cristo neste mundo, a Santa Igreja. Essa pessoa agora é membro legítimo e responsável da Igreja Católica.
Texto com adaptações.

Fontes: 
http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-sacramento-da-confirmacao-crisma/
http://www.ofielcatolico.com.br/2001/03/o-sacramento-da-crisma-ou-da-confirmacao.html

quarta-feira, 18 de março de 2015

Sacramentos da Iniciação Cristã- Eucaristia

A Eucaristia é um dos sacramentos deixados por Jesus à sua Igreja. É um dos sinais da graça e da presença de Cristo, hoje, no meio de nós. Jesus quis que a comunidade dos seus discípulos nascesse de novo pelo batismo, fosse marcada pelo selo do Espírito Santo na confirmação, recebesse o alimento e a vida pela Eucaristia. Portanto, a Eucaristia é Deus alimentando seu povo que caminha para a ressurreição final.

A Eucaristia apresenta uma diversidade de nomes sempre tentando revelar a riqueza de seu conteúdo. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) apresenta oito nomes para este sacramento: Eucaristia, Ceia do Senhor, Fração do Pão, Assembleia Eucarística, Memorial da Paixão e Morte do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Comunhão e Santa Missa. Destes, dois aparecem no Novo Testamento: Ceia do Senhor e Fração do Pão. 

A Eucaristia é o memorial de Cristo, pois por meio dela se torna presente o único sacrifício de Cristo pelos homens e se faz atuante, quando a Igreja celebra este sacramento, ela participa da oferta de Cristo e vive sua dimensão oferente, ou seja, ela mesma se oferece na vida, nos sofrimentos, no louvor, na oração e no trabalho de seus fiéis. O modo da presença de Cristo no sacramento da Eucaristia é único e está acima de todos os outros sacramentos. Nela Jesus se faz presente em corpo e sangue, alma e divindade.  O Concílio de Trento afirma: “pela consagração do pão e do vinho opera-se a mudança de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo Nosso Senhor e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; esta mudança, a Igreja católica denominou-a com acerto e exatidão transubstanciação”.

Eucaristia é a celebração da pascoa de Jesus, da nossa pascoa, da pascoa do mundo. É o sacrifício da cruz, a oblação total do Cristo. Seu amor até a morte. É a celebração da vida e da morte, em cristo morto e ressuscitado, todas as nossas cruzes na cruz da redenção.
Eucaristia é a nova aliança no sangue do cordeiro Jesus nosso irmão, filho de Deus e filho de Maria, aliança definitiva feita por Jesus com Deus e com seu povo.

A missa continua na nossa vida, vamos pelo mundo a fora como os apóstolos, fazendo acontecer a eucaristia sob os 4 cantos da terra.

Texto com adaptações.
http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/o-sacramento-da-eucaristia/
http://arqrio.org/formacao/detalhes/177/o-sacramento-da-eucaristia
http://catequistabr.dominiotemporario.com/doc/CBV-Sacramento-Eucaristia-DIOCSE-SJ-PINHAIS.pdf

terça-feira, 17 de março de 2015

Sacramentos da Iniciação Cristã- Batismo

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, os sacramentos da Iniciação Cristã, o batismo, Confirmação e eucaristia são “os fundamentos de toda vida cristã”. 

O Batismo é um dos mais belos e o mais magnifico dom de Deus, é um sacramento de fé, onde os batizados “vestem-se de Cristo”, são purificadas pelo Espirito Santo e se tornam novas criaturas, que são recebidas e integradas na comunidade da Igreja, para viver e testemunhar o evangelho de Jesus como cristãos com sua nova família comunitária, cultivando e fortificando sua fé.

O Rito do Batismo contém belos momentos e simbologias, 
vamos conhecer quais são e o que significa cada uma:


"Água": Símbolo Batismal mais importante é a “Água”; ela é apenas um Símbolo, não tem a força e nem o poder de purificar o pecado. É o Espírito Santo que nela atua em todos os acontecimentos e no momento do Batismo, Ele, com a força e o poder Divino destrói todo o mal que existe e proporciona a alegria de uma nova vida.

“Sinal da Cruz”: O sacerdote convida os Pais e Padrinhos a traçarem o “Sinal da Cruz” na fronte da criança. Este gesto tem grande significação, pois quer exprimir o primeiro encontro da criança com a fé em Jesus Cristo e na Salvação pela morte redentora do Senhor na Cruz. Porque foi pela morte Dele que nos reconciliamos com o Pai Eterno e fomos inseridos na amizade da Santíssima Trindade. O Sinal da Cruz relembra esta verdade histórica. Quando o sacerdote convida os pais e padrinhos a realizarem tal gesto, quer dizer que a salvação de Deus vem à criança através da fé dos pais, pois eles, pelo Sacramento do Matrimônio, são constituídos mediadores entre Deus e o filho, exercendo a função sacerdotal. Os Pais receberam de Deus pela própria missão criadora e pela graça do Sacramento do Matrimônio, o poder de abençoar os filhos. Por isso, eles são convidados por Deus a adquirirem o costume de abençoarem os seus filhos enquanto pequenos e quando crescidos.

“Anúncio da Palavra de Deus”: Ela ilumina com a verdade revelada aos batizados e a toda a assembleia, suscitando uma resposta de fé, que significa libertação dos pecados, com a profissão de fé no qual se renúncia toda forma de tentação e as forças negativas.

“Unção com Óleo”: Há dois ritos de Unção no Batismo. A primeira “Unção” é feita antes da “infusão da água”, durante as preces após a Liturgia da Palavra. É a Unção com óleo chamado dos Catecúmenos. O sacerdote unge o peito da criança, dizendo: “O Cristo Salvador te dê sua força. Que ela penetre em tua vida como este óleo em teu peito”. Na parte final do Batizado é feita a segunda “Unção com Óleo da Crisma”. No Antigo Testamento era comum ungir os sacerdotes, reis e profetas. Também Cristo foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito especial. Então esta Unção quer significar que pelo Batismo nos tornamos participantes do poder messiânico de Jesus. E também, conforme a primeira epístola de São Pedro (1 Pedro 2, 9-10) nos tornamos raça eleita com Cristo, reis (rainhas), sacerdotes (sacerdotisas) e profetas (profetisas).

“A Vela Acesa”: Na cerimônia do Batizado, o celebrante convida o Padrinho a acender no Círio Pascal a vela da criança e ele reza a oração: “Pais e Padrinhos, esta luz vos é entregue para que a alimenteis. Por isso, esforçai-vos para que esta criança caminhe na vida iluminada por Cristo, como filho da luz. Perseverando na fé, possa com todos os santos ir ao encontro do Senhor, quando Ele vier. Recebei a luz de Cristo!”. São os pais e os padrinhos que mantêm acesa a fé da criança, até o dia feliz da Primeira Comunhão, e da Crisma. Pelo Batismo somos iluminados, participamos da Luz que é Cristo. Não mais andamos nas trevas, pois somos filhos de Deus. A vela acesa pode significar também a nossa fé. Ela mantendo-se acesa mostra que não caminhamos nas trevas do inimigo. Os Pais se tornam responsáveis para que a criança se torne luz para os outros em sua vida.



“O dia do nosso Batismo é o ponto de partida
 de um caminho belíssimo, um caminho de conversão
 que continuamente vem apoiado pelo Sacramento da Penitência". 
"O Batismo é a nossa verdadeira identidade de filhas e filhos de Deus. O batismo em certo sentido é a carteira de identidade do cristão”.  Papa Francisco (Catequese - 13/11/2013).


Texto com adaptações.

Fontes: CIC - Catecismo da Igreja Católica
www.a12.com/formacao/detalhes/o-padrinho-de-batismo-e-a-vela
apostoladosagradoscoracoes.angelfire.com/simsina.html
blog.cancaonova.com/felipeaquino/2014/03/26/voce-sabe-o-que-sao-os-sacramentos/#more-4471
http://papa.cancaonova.com/na-catequese-papa-fala-do-batismo-carteira-de-identidade-do-cristao/




segunda-feira, 16 de março de 2015

Carta para Madre Antonia

Querida Madre Antonia, que data especial!
Que bom voltar no tempo, fazer memória, retomar sua história, celebrar a vida, vibrar contigo...
E porque não colocar no papel o que tenho a lhe dizer? Recordar no dia do seu aniversário, esta seiva que marcou a história...




Texto: Ir. Marilda Santos de Souza.







Oração da Semana


domingo, 15 de março de 2015

Reflexão da Palavra

Comentário da Segunda leitura (15/03/2013)


Na carta aos Efésios podemos observar a mudança radical provocada pela presença de Deus. Nos versículos 1-4, relata-se a vida entregue aos instintos egoístas e tomados pela falta de esperança. No entanto, após  a descrição que demarcava espaços de morte, o versículo 4 se inicia com  palavras que indicam esperança: "Deus, porém...". Nunca tão poucas palavras fizeram tanta diferença para alterar o rumo da história da humanidade. Deus é apresentado como rico em misericórdia, amor, favor e bondade. O texto é muito claro nesse sentido: a iniciativa pertence a Deus e sua ação  misericordiosa atinge a todas as pessoas indistintamente, tanto ontem quanto hoje.
Jesus é a personificação do amor do Pai levado às últimas consequências. Pode-se dizer, portanto, que a salvação de Jesus é para todas as pessoas, porque Deus enviou seu Filho ao mundo não com o supremo propósito de condená-lo, e sim de salvá-lo. O projeto de Deus em Jesus tem por objetivo erradicar as forças do sofrimento, da injustiça, do pecado e da opressão para criar canais que  comuniquem vida em plenitude. Por isso, todos os caminhos que tomamos e que vão contra a vida, negando-a, não pertencem absolutamente a Cristo.

Texto: Luiz Alexandre Solano Rossi
Revista Vida Pastoral - Março - Abril de 2015
 -  ano 56 - número 302.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Em entrevista, Papa Francisco relembra o conclave em seu segundo ano de Pontificado


Cidade do Vaticano (RV) - Migrações e tráfico de drogas, reforma da Cúria e desafios do Sínodo sobre a Família foram os tópicos da entrevista concedida por Francisco à Televisão mexicana Televisa, publicada nesta sexta-feira, 13, segundo aniversário de Pontificado do Papa argentino. Mas o Papa também relembrou os momentos do conclave que o elegeu e sua amizade com o Cardeal Cláudio Hummes.

Veja mais em:

quinta-feira, 12 de março de 2015

Sacramentos, o que significa?

Neste mês de março, trazemos para você o tema Sacramentos, onde vamos entender um pouco mais e refletir sobre a importância dos Sacramentos para a nossa vida Cristã.

Neste primeiro texto vamos entender o que significa Sacramento: 
Segundo o dicionário, é um ato religioso cuja finalidade é a santificação daquele que é seu objeto. Para os cristãos, é o sinal sagrado instituído por Jesus Cristo para dar, confirmar ou aumentar a graça. (Há sete sacramentos católicos: batismo, confirmação, eucaristia, penitência, extrema-unção, ordem e matrimônio. A maioria dos protestantes só admite dois sacramentos: batismo e ceia).

O Catecismo da Igreja Católica nos diz que: “A Igreja é, em Cristo, como que o sacramento ou sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano.”, “Nela, esta unidade já começou, pois, já congrega pessoas “de toda nação, raça povo e língua” (Ap 7,9); ao mesmo tempo, a Igreja é “sinal e instrumento” da plena realização desta unidade  que ainda deve vir.” , “Como  Sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo. “Nas mãos dele, ela é o instrumento da Redenção de todos os seres humanos” , “o sacramento universal  da salvação , pelo qual Cristo manifesta  e atualiza  o amor de Deus pela humanidade. Ela é o projeto visível do amor de Deus e que quer que o “todos os povos e nações constituam o único povo de Deus, se congregue no único Corpo de Cristo, seja construído no único templo do Espirito Santo”. 

Na Igreja Católica são celebrados sete sacramentos, (pois na bíblia este número significa plenitude). São sete sinais de vida que nos acompanham e santificam nossa caminhada, nos dando vida, que recebemos com fé. 

Sacramento da Iniciação: Batismo, Confirmação e Eucaristia
Sacramentos de cura: Penitencia e Reconciliação e unção dos enfermos
Sacramentos à Serviço da Comunhão e da Missão dos Fiéis: Ordem e Matrimonio

Todos os sacramentos são ação de Deus santificando nossas vidas, um gesto de Jesus Ressuscitado que nos toca e nos transforma. 

 Nas próximas postagens vamos aprender e entender mais sobre os Sete Sacramentos da Igreja.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Cordel: Ano da Vida consagrada


Venho saudar a todos,
com muito carinho e alegria.
Com a paz de Jesus, e o
grande amor de Maria. 
E falar do “Ano da vida consagrada”,
em forma de poesia.

De novembro de 2014 a fevereiro de 2016,
com muita fé no Redentor.
A Igreja celebra o ano da Vida
Consagrada, com muito amor.
Vida consagrada, uma
resposta ao chamado do Senhor.

O tema: “Vida consagrada na igreja,
evangelho, esperança e profecia”.
São homens e mulheres, que 
dedica a Vida no dia – a – dia.
A serviço das irmãs e irmãos
 e do evangelho, com muita alegria.

Memória grata, confiança em Deus,
e entrega apaixonada à Vocação.
A vida consagrada é uma profecia, 
na fidelidade e na oração.
Uma memória grata para 
o futuro, e muita doação.

Evangelho, profecia e esperança,
e também muitas fraternidades.
Na vida religiosa também vive, os
Votos de pobreza, obediência e castidade.
Com o carisma e consagração,
uma vida de solidariedade.

É Deus quem cuida do Carisma,
em cada congregação.
Onde muitos homens e mulheres,
se dedicam com fé na missão.
Consagrando à Deus, como 
resposta a vocação.

Um chamado de Deus,
que espera uma resposta com amor.
A Vida Religiosa Consagrada,
é uma confiança no Redentor.
Ser sal da terra e luz do mundo,
anunciando a boa nova do senhor.

Portanto neste ano da Vida Consagrada, 
pedimos a Deus em preces e oração.
Por todos os religiosos e Religiosas, 
que vivem a cada dia a sua vocação.
Que com a confiança em Deus,
continuam perseverantes na missão.

Pedimos ao Senhor da messe,
que envie operários para a missão.
Para anunciar o evangelho,
com esperança e doação.
Semeando a paz e o amor,
em cada pessoa e nação.

Que o ano da Vida consagrada,
seja momento de fé e alegria.
Tendo como exemplo, o Sim
da Santíssima Virgem Maria.
E que seja de muita partilha 
reflexão, paz e harmonia.

E antes de terminar
esta pequena narração
dedico esta homenagem
com muito carinho e emoção
para todos da Vida Consagrada,
que vivem o carisma e missão.

E aqui vai terminando,
com muito amor e alegria.
Falando do Ano da Vida consagrada,
em forma de poesia.
         Um abraço a todos, e muita paz e harmonia.

Narrada por: Lucinéia A. Santos



terça-feira, 10 de março de 2015

Carta apostólica do Papa Francisco sobre o Ano da Vida Consagrada

As Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor agradecem aprofundamento ao Papa Francisco, que desde sua eleição, vem acompanhando como Pastor e zelando pela Vida Religiosa Consagrada e outras formas de Vida Apostólica. Essa atenção se traduz num gesto concreto de amor a vida Religiosa Consagrada ao decretar 2015 o Ano graça e redenção para tod@ Vida Religiosa Consagrada. 



CARTA APOSTÓLICA
Carta apostólica do Papa Francisco às pessoas consagradas para proclamação do Ano da Vida Consagrada
Santa Sé
Consagradas e consagrados caríssimos!
Escrevo-vos como Sucessor de Pedro, a quem o Senhor Jesus confiou a tarefa de confirmar na fé os seus irmãos (cf. Lc 22, 32), e escrevo-vos como vosso irmão, consagrado a Deus como vós.
Juntos, damos graças ao Pai, que nos chamou para seguir Jesus na plena adesão ao seu Evangelho e no serviço da Igreja e derramou nos nossos corações o Espírito Santo que nos dá alegria e nos faz dar testemunho ao mundo inteiro do seu amor e da sua misericórdia.
Fazendo-me eco do sentir de muitos de vós e da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, por ocasião do quinquagésimo aniversário da Constituição dogmática Lumen gentium sobre a Igreja, que no capítulo VI trata dos religiosos, bem como do Decreto Perfectae caritatis sobre a renovação da vida religiosa, decidi proclamar um Ano da Vida Consagrada. Terá início no dia 30 do corrente mês de Novembro, I Domingo de Advento, e terminará com a festa da Apresentação de Jesus no Templo a 2 de Fevereiro de 2016.
Depois de ter ouvido a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, indiquei como objectivos para este Ano os mesmos que São João Paulo II propusera à Igreja no início do terceiro milénio, retomando, de certa forma, aquilo que já havia indicado na Exortação pós-sinodal Vita consecrata: «Vós não tendes apenas uma história gloriosa para recordar e narrar, mas uma grande história a construir! Olhai para o futuro, para o qual vos projecta o Espírito a fim de realizar convosco ainda coisas maiores» (n. 110).
– I –
Os objectivos do Ano da Vida Consagrada
1. O primeiro objectivo é olhar com gratidão o passado. Cada um dos nossos Institutos provém duma rica história carismática. Nas suas origens, está presente a acção de Deus que, no seu Espírito, chama algumas pessoas para seguirem de perto a Cristo, traduzirem o Evangelho numa forma particular de vida, lerem com os olhos da fé os sinais dos tempos, responderem criativamente às necessidades da Igreja. Depois a experiência dos inícios cresceu e desenvolveu-se, tocando outros membros em novos contextos geográficos e culturais, dando vida a modos novos de implementar o carisma, a novas iniciativas e expressões de caridade apostólica. É como a semente que se torna árvore alargando os seus ramos.
Neste Ano, será oportuno que cada família carismática recorde os seus inícios e o seu desenvolvimento histórico, para agradecer a Deus que deste modo ofereceu à Igreja tantos dons que a tornam bela e habilitada para toda a boa obra (cf. Lumen gentium, 12).
Repassar a própria história é indispensável para manter viva a identidade e também robustecer a unidade da família e o sentido de pertença dos seus membros. Não se trata de fazer arqueologia nem cultivar inúteis nostalgias, mas de repercorrer o caminho das gerações passadas para nele captar a centelha inspiradora, os ideais, os projectos, os valores que as moveram, a começar dos Fundadores, das Fundadoras e das primeiras comunidades. É uma forma também para se tomar consciência de como foi vivido o carisma ao longo da história, que criatividade desencadeou, que dificuldades teve de enfrentar e como foram superadas. Poder-se-á descobrir incoerências, fruto das fraquezas humanas, e talvez mesmo qualquer esquecimento de alguns aspectos essenciais do carisma. Tudo é instrutivo, tornando-se simultaneamente apelo à conversão. Narrar a própria história é louvar a Deus e agradecer-Lhe por todos os seus dons.
De modo particular, agradecemos-Lhe por estes últimos 50 anos após o Concílio Vaticano II, que representou uma «ventania» do Espírito Santo sobre toda a Igreja; graças ao Concílio, de facto, a vida consagrada empreendeu um fecundo caminho de renovação, o qual, com as suas luzes e sombras, foi um tempo de graça, marcado pela presença do Espírito.
Que este Ano da Vida Consagrada seja ocasião também para confessar, com humildade e simultaneamente grande confiança em Deus Amor (cf. 1 Jo 4, 8), a própria fragilidade e para a viver como experiência do amor misericordioso do Senhor; ocasião para gritar ao mundo com força e testemunhar com alegria a santidade e a vitalidade presentes na maioria daqueles que foram chamados a seguir Cristo na vida consagrada.
2. Além disso, este Ano chama-nos a viver com paixão o presente. A lembrança agradecida do passado impele-nos, numa escuta atenta daquilo que o Espírito diz hoje à Igreja, a implementar de maneira cada vez mais profunda os aspectos constitutivos da nossa vida consagrada.
Desde os inícios do primeiro monaquismo até às «novas comunidades» de hoje, cada forma de vida consagrada nasceu da chamada do Espírito para seguir a Cristo segundo o ensinamento do Evangelho (cf. Perfectae caritatis, 2). Para os Fundadores e as Fundadoras, a regra em absoluto foi o Evangelho; qualquer outra regra pretendia apenas ser expressão do Evangelho e instrumento para o viver em plenitude. O seu ideal era Cristo, aderir inteiramente a Ele podendo dizer com Paulo: «Para mim, viver é Cristo» (Flp 1, 21); os votos tinham sentido apenas para implementar este seu amor apaixonado.
A pergunta que somos chamados a pôr neste Ano é se e como nos deixamos, também nós, interpelar pelo Evangelho; se este é verdadeiramente o «vademecum» para a vida de cada dia e para as opções que somos chamados a fazer. Isto é exigente e pede para ser vivido com radicalismo e sinceridade. Não basta lê-lo (e no entanto a leitura e o estudo permanecem de extrema importância), nem basta meditá-lo (e fazemo-lo com alegria todos os dias); Jesus pede-nos para pô-lo em prática, para viver as suas palavras.
Jesus – devemos perguntar-nos ainda – é verdadeiramente o primeiro e o único amor, como nos propusemos quando professamos os nossos votos? Só em caso afirmativo, poderemos – como é nosso dever – amar verdadeira e misericordiosamente cada pessoa que encontramos no nosso caminho, porque teremos aprendido d’Ele o que é o amor e como amar: saberemos amar, porque teremos o seu próprio coração.
Os nossos Fundadores e Fundadoras sentiram em si mesmos a compaixão que se apoderava de Jesus quando via as multidões como ovelhas extraviadas sem pastor. Tal como Jesus, movido por tal compaixão, comunicou a sua palavra, curou os doentes, deu o pão para comer, ofereceu a sua própria vida, assim também os Fundadores se puseram ao serviço da humanidade, à qual eram enviados pelo Espírito servindo-a dos mais diversos modos: com a intercessão, a pregação do Evangelho, a catequese, a instrução, o serviço aos pobres, aos doentes… A inventiva da caridade não conheceu limites e soube abrir inúmeras estradas para levar o sopro da Evangelho às culturas e aos sectores sociais mais diversos.
O Ano da Vida Consagrada questiona-nos sobre a fidelidade à missão que nos foi confiada. Os nossos serviços, as nossas obras, a nossa presença correspondem àquilo que o Espírito pediu aos nossos Fundadores, sendo adequados para encalçar as suas finalidades na sociedade e na Igreja actual? Há algo que devemos mudar? Temos a mesma paixão pelo nosso povo, solidarizamo-nos com ele até ao ponto de partilhar as suas alegrias e sofrimentos, a fim de podermos compreender verdadeiramente as suas necessidades e contribuir com a nossa parte para lhes dar resposta? Como a seu tempo pedia São João Paulo II, «a mesma generosidade e abnegação que impeliram os Fundadores devem levar-vos a vós, seus filhos espirituais, a manter vivos os seus carismas, que continuam – com a mesma força do Espírito que os suscitou – a enriquecer-se e adaptar-se, sem perder o seu carácter genuíno, para se porem ao serviço da Igreja e levarem à plenitude a implantação do seu Reino»[1].
Ao recordar as origens, há que evidenciar mais um componente do projecto de vida consagrada. Os Fundadores e as Fundadoras viviam fascinados pela unidade dos Doze ao redor de Jesus, pela comunhão que caracterizava a primeira comunidade de Jerusalém. Cada um deles, ao dar vida à sua comunidade, pretendeu reproduzir tais modelos evangélicos, formar um só coração e uma só alma, gozar da presença do Senhor (cf. Perfectae caritatis, 15).
Viver com paixão o presente significa tornar-se «peritos em comunhão», ou seja, «testemunhas e artífices daquele “projecto de comunhão” que está no vértice da história do homem segundo Deus»[2]. Numa sociedade marcada pelo conflito, a convivência difícil entre culturas diversas, a prepotência sobre os mais fracos, as desigualdades, somos chamados a oferecer um modelo concreto de comunidade que, mediante o reconhecimento da dignidade de cada pessoa e a partilha do dom que cada um é portador, permita viver relações fraternas.
Por isso, sede mulheres e homens de comunhão, marcai presença com coragem onde há disparidades e tensões, e sede sinal credível da presença do Espírito que infunde nos corações a paixão por todos serem um só (cf. Jo 17, 21). Vivei a mística do encontro: a capacidade de ouvir atentamente as outras pessoas; «a capacidade de procurar juntos o caminho, o método»[3], deixando-vos iluminar pelo relacionamento de amor que se verifica entre as três Pessoas divinas (cf. 1 Jo 4, 8) e tomando-o como modelo de toda a relação interpessoal.
3. Abraçar com esperança o futuro é o terceiro objectivo que se pretende neste Ano. Conhecemos as dificuldades que enfrenta a vida consagrada nas suas diversas formas: a diminuição das vocações e o envelhecimento, especialmente no mundo ocidental, os problemas económicos na sequência da grave crise financeira mundial, os desafios da internacionalidade e da globalização, as insídias do relativismo, a marginalização e a irrelevância social… É precisamente nestas incertezas, que partilhamos com muitos dos nossos contemporâneos, que se actua a nossa esperança, fruto da fé no Senhor da história que continua a repetir-nos: «Não terás medo (…), pois Eu estou contigo» (Jr 1, 8).
A esperança de que falamos não se funda sobre números ou sobre as obras, mas sobre Aquele em quem pusemos a nossa confiança (cf. 2 Tm 1, 12) e para quem «nada é impossível» (Lc 1, 37). Esta é a esperança que não desilude e que permitirá à vida consagrada continuar a escrever uma grande história no futuro, para o qual se deve voltar o nosso olhar, cientes de que é para ele que nos impele o Espírito Santo a fim de continuar a fazer, connosco, grandes coisas.
Não cedais à tentação dos números e da eficiência, e menos ainda à tentação de confiar nas vossas próprias forças. Com atenta vigilância, perscrutai os horizontes da vossa vida e do momento actual. Repito-vos com Bento XVI: «Não vos unais aos profetas de desventura, que proclamam o fim ou a insensatez da vida consagrada na Igreja dos nossos dias; pelo contrário, revesti-vos de Jesus Cristo e muni-vos das armas da luz – como exorta São Paulo (cf. Rm 13, 11-14) –, permanecendo acordados e vigilantes»[4]. Prossigamos, retomando sempre o nosso caminho com confiança no Senhor.
Dirijo-me sobretudo a vós, jovens. Sois o presente, porque viveis já activamente dentro dos vossos Institutos, prestando uma decisiva contribuição com o frescor e a generosidade da vossa opção. Ao mesmo tempo sois o seu futuro, porque em breve sereis chamados a tomar nas vossas mãos a liderança da animação, da formação, do serviço, da missão. Este Ano há-de ver-vos protagonistas no diálogo com a geração que vai à vossa frente; podereis, em comunhão fraterna, enriquecer-vos com a sua experiência e sabedoria e, ao mesmo tempo, repropor-lhe o ideal que conheceu no seu início, oferecer o ímpeto e o frescor do vosso entusiasmo, a fim de elaborardes em conjunto novos modos de viver o Evangelho e respostas cada vez mais adequadas às exigências de testemunho e de anúncio.
Fico feliz em saber que ides ter ocasiões para vos encontrardes entre vós, jovens dos diferentes Institutos. Que o encontro se torne caminho habitual de comunhão, de apoio mútuo, de unidade.
– II –
As expectativas para o Ano da Vida Consagrada
Que espero eu, em particular, deste Ano de graça da vida consagrada?
1. Que seja sempre verdade aquilo que eu disse uma vez: «Onde estão os religiosos, há alegria». Somos chamados a experimentar e mostrar que Deus é capaz de preencher o nosso coração e fazer-nos felizes sem necessidade de procurar noutro lugar a nossa felicidade, que a autêntica fraternidade vivida nas nossas comunidades alimenta a nossa alegria, que a nossa entrega total ao serviço da Igreja, das famílias, dos jovens, dos idosos, dos pobres nos realiza como pessoas e dá plenitude à nossa vida.
Que entre nós não se vejam rostos tristes, pessoas desgostosas e insatisfeitas, porque «um seguimento triste é um triste seguimento». Também nós, como todos os outros homens e mulheres, sentimos dificuldades, noites do espírito, desilusões, doenças, declínio das forças devido à velhice. Mas, nisto mesmo, deveremos encontrar a «perfeita alegria», aprender a reconhecer o rosto de Cristo, que em tudo Se fez semelhante a nós e, consequentemente, sentir a alegria de saber que somos semelhantes a Ele que, por nosso amor, não Se recusou a sofrer a cruz.
Numa sociedade que ostenta o culto da eficiência, da saúde, do sucesso e que marginaliza os pobres e exclui os «perdedores», podemos testemunhar, através da nossa vida, a verdade destas palavras da Escritura: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10).
Bem podemos aplicar à vida consagrada aquilo que escrevi na Exortação apostólica Evangelii gaudium, citando uma homilia de Bento XVI: «A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atracção» (n. 14). É verdade! A vida consagrada não cresce, se organizarmos belas campanhas vocacionais, mas se as jovens e os jovens que nos encontram se sentirem atraídos por nós, se nos virem homens e mulheres felizes! De igual forma, a eficácia apostólica da vida consagrada não depende da eficiência e da força dos seus meios. É a vossa vida que deve falar, uma vida da qual transparece a alegria e a beleza de viver o Evangelho e seguir a Cristo.
O que disse aos Movimentos eclesiais, na passada Vigília de Pentecostes, repito-o aqui para vós também: «Fundamentalmente, o valor da Igreja é viver o Evangelho e dar testemunho da nossa fé. A Igreja é sal da terra, é luz do mundo; é chamada a tornar presente na sociedade o fermento do Reino de Deus; e fá-lo, antes de mais nada, por meio do seu testemunho: o testemunho do amor fraterno, da solidariedade, da partilha» (18 de Maio de 2013).
2. Espero que «desperteis o mundo», porque a nota característica da vida consagrada é a profecia. Como disse aos Superiores Gerais, «a radicalidade evangélica não é própria só dos religiosos: é pedida a todos. Mas os religiosos seguem o Senhor de uma maneira especial, de modo profético». Esta é a prioridade que agora se requer: «ser profetas que testemunham como viveu Jesus nesta terra (…). Um religioso não deve jamais renunciar à profecia» (29 de Novembro de 2013).
O profeta recebe de Deus a capacidade de perscrutar a história em que vive e interpretar os acontecimentos: é como uma sentinela que vigia durante a noite e sabe quando chega a aurora (cf. Is 21, 11-12). Conhece a Deus e conhece os homens e as mulheres, seus irmãos e irmãs. É capaz de discernimento e também de denunciar o mal do pecado e as injustiças, porque é livre, não deve responder a outros senhores que não seja a Deus, não tem outros interesses além dos de Deus. Habitualmente o profeta está da parte dos pobres e indefesos, porque sabe que o próprio Deus está da parte deles.
Deste modo espero que saibais, sem vos perder em vãs «utopias», criar «outros lugares» onde se viva a lógica evangélica do dom, da fraternidade, do acolhimento da diversidade, do amor recíproco. Mosteiros, comunidades, centros de espiritualidade, cidadelas, escolas, hospitais, casas-família e todos aqueles lugares que a caridade e a criatividade carismática fizeram nascer – e ainda farão nascer, com nova criatividade –, devem tornar-se cada vez mais o fermento para uma sociedade inspirada no Evangelho, a «cidade sobre o monte» que manifesta a verdade e a força das palavras de Jesus.
Às vezes, como aconteceu com Elias e Jonas, pode vir a tentação de fugir, de subtrair-se ao dever de profeta, porque é demasiado exigente, porque se está cansado, desiludido com os resultados. Mas o profeta sabe que nunca está sozinho. Também a nós, como fez a Jeremias, Deus assegura: «Não terás medo (…), pois Eu estou contigo para te livrar» (Jr 1, 8).
3. Os religiosos e as religiosas, como todas as outras pessoas consagradas, são chamados a ser «peritos em comunhão». Assim, espero que a «espiritualidade da comunhão», indicada por São João Paulo II, se torne realidade e que vós estejais na vanguarda abraçando «o grande desafio que nos espera» neste novo milénio: «fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão»[5]. Estou certo de que, neste Ano, trabalhareis a sério para que o ideal de fraternidade perseguido pelos Fundadores e pelas Fundadoras cresça, nos mais diversos níveis, como que em círculos concêntricos.
A comunhão é praticada, antes de mais nada, dentro das respectivas comunidades do Instituto. A este respeito, convido-vos a reler frequentes intervenções minhas onde não me canso de repetir que críticas, bisbilhotices, invejas, ciúmes, antagonismos são comportamentos que não têm direito de habitar nas nossas casas. Mas, posta esta premissa, o caminho da caridade que se abre diante de nós é quase infinito, porque se trata de buscar a aceitação e a solicitude recíprocas, praticar a comunhão dos bens materiais e espirituais, a correcção fraterna, o respeito pelas pessoas mais frágeis… É «a “mística” de viver juntos» que faz da nossa vida «uma peregrinação sagrada»[6]. Tendo em conta que as nossas comunidades se tornam cada vez mais internacionais, devemos questionar-nos também sobre o relacionamento entre as pessoas de culturas diferentes. Como consentir a cada um de se exprimir, ser acolhido com os seus dons específicos, tornar-se plenamente co-responsável?
Além disso, espero que cresça a comunhão entre os membros dos diferentes Institutos. Não poderia este Ano ser ocasião de sair, com maior coragem, das fronteiras do próprio Instituto para se elaborar em conjunto, a nível local e global, projectos comuns de formação, de evangelização, de intervenções sociais? Poder-se-á assim oferecer, de forma mais eficaz, um real testemunho profético. A comunhão e o encontro entre diferentes carismas e vocações é um caminho de esperança. Ninguém constrói o futuro isolando-se, nem contando apenas com as próprias forças, mas reconhecendo-se na verdade de uma comunhão que sempre se abre ao encontro, ao diálogo, à escuta, à ajuda mútua e nos preserva da doença da auto-referencialidade.
Ao mesmo tempo, a vida consagrada é chamada a procurar uma sinergia sincera entre todas as vocações na Igreja, a começar pelos presbíteros e os leigos, a fim de «fazer crescer a espiritualidade da comunhão, primeiro no seu seio e depois na própria comunidade eclesial e para além dos seus confins»[7].
4. Espero ainda de vós o mesmo que peço a todos os membros da Igreja: sair de si mesmo para ir às periferias existenciais. «Ide pelo mundo inteiro» foi a última palavra que Jesus dirigiu aos seus e que continua hoje a dirigir a todos nós (cf. Mc 16, 15). A humanidade inteira aguarda: pessoas que perderam toda a esperança, famílias em dificuldade, crianças abandonadas, jovens a quem está vedado qualquer futuro, doentes e idosos abandonados, ricos saciados de bens mas com o vazio no coração, homens e mulheres à procura do sentido da vida, sedentos do divino…
Não vos fecheis em vós mesmos, não vos deixeis asfixiar por pequenas brigas de casa, não fiqueis prisioneiros dos vossos problemas. Estes resolver-se-ão se sairdes para ajudar os outros a resolverem os seus problemas, anunciando-lhes a Boa Nova. Encontrareis a vida dando a vida, a esperança dando esperança, o amor amando.
De vós espero gestos concretos de acolhimento dos refugiados, de solidariedade com os pobres, de criatividade na catequese, no anúncio do Evangelho, na iniciação à vida de oração. Consequentemente almejo a racionalização das estruturas, a reutilização das grandes casas em favor de obras mais cônsonas às exigências actuais da evangelização e da caridade, a adaptação das obras às novas necessidades.
5. Espero que cada forma de vida consagrada se interrogue sobre o que pedem Deus e a humanidade de hoje.
Os mosteiros e os grupos de orientação contemplativa poderiam encontrar-se entre si ou conectar-se nos mais variados modos, para trocarem entre si as experiências sobre a vida de oração, o modo como crescer na comunhão com toda a Igreja, como apoiar os cristãos perseguidos, como acolher e acompanhar as pessoas que andam à procura duma vida espiritual mais intensa ou necessitam de um apoio moral ou material.
O mesmo poderão fazer os Institutos caritativos, dedicados ao ensino, à promoção da cultura, aqueles que estão lançados no anúncio do Evangelho ou desempenham particulares serviços pastorais, os Institutos Seculares com a sua presença capilar nas estruturas sociais. A inventiva do Espírito gerou modos de vida e obras tão diferentes que não podemos facilmente catalogá-los ou inseri-los em esquemas pré-fabricados. Por isso, não consigo referir cada uma das inúmeras formas carismáticas. Mas, neste Ano, ninguém deveria subtrair-se a um sério controle sobre a sua presença na vida da Igreja e sobre o seu modo de responder às incessantes e novas solicitações que se levantam ao nosso redor, ao clamor dos pobres.
Só com esta atenção às necessidades do mundo e na docilidade aos impulsos do Espírito é que este Ano da Vida Consagrada se tornará um autêntico kairòs, um tempo de Deus rico de graças e de transformação.
– III –
Os horizontes do Ano da Vida Consagrada
1. Com esta minha carta, além das pessoas consagradas, dirijo-me aos leigos que, com elas, partilham ideais, espírito, missão. Alguns Institutos religiosos possuem uma antiga tradição a tal respeito, outros uma experiência mais recente. Na realidade, à volta de cada família religiosa, bem como das Sociedades de Vida Apostólica e dos próprios Institutos Seculares, está presente uma família maior, a «família carismática», englobando os vários Institutos que se reconhecem no mesmo carisma e sobretudo os cristãos leigos que se sentem chamados, precisamente na sua condição laical, a participar da mesma realidade carismática.
Encorajo-vos também a vós, leigos, a viver este Ano da Vida Consagrada como uma graça que pode tornar-vos mais conscientes do dom recebido. Celebrai-o com toda a «família», para crescerdes e responderdes juntos aos apelos do Espírito na sociedade actual. Em determinadas ocasiões, quando os consagrados de vários Institutos se reunirem uns com os outros neste Ano, procurai estar presente também vós como expressão do único dom de Deus, a fim de conhecer as experiências das outras famílias carismáticas, dos outros grupos de leigos e assim vos enriquecerdes e sustentardes mutuamente.
2. O Ano da Vida Consagrada não diz respeito apenas às pessoas consagradas, mas à Igreja inteira. Assim dirijo-me a todo o povo cristão, para que tome cada vez maior consciência do dom que é a presença de tantas consagradas e consagrados, herdeiros de grandes Santos que fizeram a história do cristianismo. Que seria a Igreja sem São Bento e São Basílio, sem Santo Agostinho e São Bernardo, sem São Francisco e São Domingos, sem Santo Inácio de Loyola e Santa Teresa de Ávila, sem Santa Ângela Merícia e São Vicente de Paulo? E a lista tornar-se-ia quase infinita, até São João Bosco, a Beata Teresa de Calcutá. O Beato Paulo VI afirmava: «Sem este sinal concreto, a caridade que anima a Igreja inteira correria o risco de se resfriar, o paradoxo salvífico do Evangelho de se atenuar, o “sal” da fé de se diluir num mundo em fase de secularização» (Evangelica testificatio, 3).
Por isso, convido todas as comunidades cristãs a viverem este Ano, procurando antes de mais nada agradecer ao Senhor e, reconhecidas, recordar os dons que foram recebidos, e ainda recebemos, por meio da santidade dos Fundadores e das Fundadoras e da fidelidade de tantos consagrados ao seu próprio carisma. A todos vos convido a estreitar-vos ao redor das pessoas consagradas, rejubilar com elas, partilhar as suas dificuldades, colaborar com elas, na medida do possível, para a prossecução do seu serviço e da sua obra, que são aliás os da Igreja inteira. Fazei-lhes sentir o carinho e o encorajamento de todo o povo cristão.
Bendigo o Senhor pela feliz coincidência do Ano da Vida Consagrada com o Sínodo sobre a família. Família e vida consagrada são vocações portadoras de riqueza e graça para todos, espaços de humanização na construção de relações vitais, lugares de evangelização. Podem-se ajudar uma à outra.
3. Com esta minha carta, ouso dirigir-me também às pessoas consagradas e aos membros de fraternidades e comunidades pertencentes a Igrejas de tradição diversa da católica. O monaquismo é um património da Igreja indivisa, bem vivo até agora quer nas Igrejas ortodoxas quer na Igreja católica. Nele bem como nas sucessivas  experiências do tempo em que a Igreja do Ocidente ainda estava unida, se inspiram iniciativas análogas surgidas no âmbito das Comunidades eclesiais da Reforma, tendo estas continuado a gerar no seu seio novas expressões de comunidades fraternas e de serviço.
A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica tem em programa iniciativas para fazer encontrar os membros pertencentes a experiências de vida consagrada e fraterna das diversas Igrejas. Encorajo calorosamente estes encontros, para que cresça o conhecimento mútuo, a estima, a cooperação recíproca, de modo que o ecumenismo da vida consagrada sirva de ajuda para o caminho mais amplo rumo à unidade entre todas as Igrejas.
4. Não podemos esquecer também que o fenómeno do monaquismo e doutras expressões de fraternidade religiosa está presente em todas as grandes religiões. Não faltam experiências, mesmo consolidadas, de diálogo inter-monástico da Igreja católica com algumas das grandes tradições religiosas. Faço votos de que o Ano da Vida Consagrada seja ocasião para avaliar o caminho percorrido, sensibilizar as pessoas consagradas neste campo, questionar-nos sobre os novos passos a dar para um conhecimento recíproco cada vez mais profundo e uma colaboração crescente em muitos âmbitos comuns do serviço à vida humana.
Caminhar juntos é sempre um enriquecimento e pode abrir caminhos novos nas relações entre povos e culturas que, neste período, aparecem carregadas de dificuldades.
5. Por fim dirijo-me, de modo particular, aos meus irmãos no episcopado. Que este Ano seja uma oportunidade para acolher, cordial e jubilosamente, a vida consagrada como um capital espiritual que contribua para o bem de todo o corpo de Cristo (cf. Lumen gentium, 43) e não só das famílias religiosas. «A vida consagrada é dom feito à Igreja: nasce na Igreja, cresce na Igreja, está totalmente orientada para a Igreja»[8]. Por isso, enquanto dom à Igreja, não é uma realidade isolada ou marginal, mas pertence intimamente a ela, situa-se no próprio coração da Igreja, como elemento decisivo da sua missão, já que exprime a natureza íntima da vocação cristã e a tensão de toda a Igreja-Esposa para a união com o único Esposo; portanto «está inabalavelmente ligada à sua vida e santidade» (Ibid., 44).
Neste contexto, convido-vos, a vós Pastores das Igrejas particulares, a uma especial solicitude em promover nas vossas comunidades os diferentes carismas, tanto os históricos como os novos carismas, apoiando, animando, ajudando no discernimento, acompanhando com ternura e amor as situações de sofrimento e fraqueza em que se possam encontrar alguns consagrados, e sobretudo esclarecendo com o vosso ensino o povo de Deus sobre o valor da vida consagrada, de modo a fazer resplandecer a sua beleza e santidade na Igreja.
A Maria, Virgem da escuta e da contemplação, primeira discípula do seu amado Filho, confio este Ano da Vida Consagrada. Para Ela, filha predilecta do Pai e revestida de todos os dons da graça, olhamos como modelo insuperável de seguimento no amor a Deus e no serviço do próximo.
Agradecido desde já, com todos vós, pelos dons de graça e de luz com que o Senhor quiser enriquecer-nos, acompanho-vos a todos com a Bênção Apostólica.
Vaticano, 21 de Novembro – Festa da Apresentação de Maria – do ano 2014.
Francisco

[1] Carta ap. Os caminhos do Evangelho, aos Religiosos e às Religiosas da América Latina, por ocasião do V centenário da Evangelização do Novo Mundo (29 de Junho de 1990), 26: L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 29/VII /1990), 360.
[2] Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Doc. Religiosos e promoção humana (12 de Agosto de 1980), 24: L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 18/I/1981), 31.
[3] Discurso aos reitores e estudantes dos Pontifícios Colégios e Internatos de Roma (12 de Maio de 2014): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 22/V/2014), 11.
[4] Homilia na Festa da Apresentação de Jesus no Templo (2 de Fevereiro de 2013): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 10/II/2013), 11.
[5] Carta ap. Novo millennio ineunte (6 de Janeiro de 2001), 43: L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 13/I/2001), 25.
[6] Carta ap. Evangelii gaudium (24 de Novembro de 2013), 87.
[7] João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Vita consecrata (25 de Março de 1996), 51: L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 30/III/1996), 149.
[8] D. Jorge Mário Bergoglio, Intervenção no Sínodo sobre a vida consagrada e a sua missão na Igreja e no mundo (XVI congregação geral, 13 de Outubro de 1994).