segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Vocação de Maria e Ministérios: Eis-me aqui!

O grande evento que aconteceu em Nazaré, depois da saudação do anjo, é que Maria de Nazaré acreditou e tornou-se assim “Mãe do Senhor”. Não há nenhuma dúvida de que este acreditar se refira à resposta de Maria ao anjo: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

Esta palavra de Maria representa o ponto alto de uma atitude diante de Deus, a disponibilidade junto com a prontidão. Reconhecer o querer de Deus e aceitar que ele aconteça na própria vida, conforme esta vontade. A primeira Mensageira do Amor Divino anuncia com seu Sim o Dom Maior a Vinda do Salvador. 

Maria foi a primeira dos que, sem terem visto, acreditaram. É modelo e exemplo para todas as vocações. Se aprendermos a consultar e escutar Maria em todas as ocasiões, ela se torna para nós Mestra incomparável dos caminhos de Deus, mestra que ensina interiormente, sem barulhos de palavra. A vocação de Maria de Nazaré teve um princípio e depois durou por toda a vida e assim deve ser toda vocação, um “sim” de cada dia e em todos os dias da vida.

Como Maria, todos nós somos chamados a ‘gerar’ Jesus na família e na comunidade. Leigos e leigas são convocados a edificar o Reino de Deus na terra. “Assim, já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra angular”. (Ef 2, 19-20).

Todo batizado é responsável pela missão da Igreja. Assim, homens e mulheres dedicados à família e ao trabalho em comunidade são partes fundamentais do Corpo Missionário da Igreja. São eles que testemunham Jesus Cristo nos mais diversos ambientes, trabalho, família, escola.

No dia em que recordamos especialmente a Vocação de Maria, falamos também sobre a dedicação de pessoas comuns ao serviço do Reino através dos diversos ministérios não ordenados da Igreja Católica.  A palavra ministério, (do latim ministerium) significa oficio próprio dos servos, função servil, serviço. Uma espécie de prestação de serviço a indivíduos e grupos, por parte de alguém que o faz de modo espontâneo e organizado. 

Os ministérios não constituem, no entanto, um serviço estritamente pessoal, mas têm característica comunitária: a cada um Deus confere dons para que possa colocá-los a serviço da comunidade (Rm 12, 4-5) .

Os ministérios surgiram porque a sociedade se transformou, se expandiu, e houve novas exigências de evangelização nas comunidades eclesiais de base. Como todos são chamados a seguir a Cristo, de acordo com as habilidades e com as necessidades da comunidade, algumas pessoas são designadas a cuidarem mais de perto de aspectos específicos do Reino, como a música, a celebração da Palavra, a acolhida dos fiéis, a eucaristia, a catequese, entre tantos outros. Todos colaboram para a edificação da comunidade, que é o Corpo de Cristo. “Em verdade vos digo que o servo não é maior que o Senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou”. (Jo 13, 16)

Ministros não-ordenados são escolhidos entre os membros da comunidade, são pessoas idôneas e com boa prática cristã. A maioria, antes de assumir suas funções, recebe uma formação litúrgica que lhes permitem exercer a suas atividades com dignidade e fidelidade.

Os ministros, portanto, são chamados a viver no amor e a espalhar a Boa Nova pelo mundo, cada um a sua maneira. São verdadeiras bênçãos para a Igreja. Iluminados pela luz do Espírito Santo, são sinais de Cristo aos outros pelo testemunho da própria vida e pelo serviço aos irmãos. Irradiam fé, esperança e caridade. Como os doze apóstolos, os ministros são constituídos para assumirem a missão da Igreja no mundo, a fim de trazer novamente ao mundo a salvação.

Nenhum ministério pode acomodar-se numa posição estática: todos - ministros ou não, ordenados ou não - devem participar, cada qual a seu modo da missão da Igreja.  

Espelhados na fé e na entrega da Virgem Santa, e ainda na dedicação de ministros não-ordenados, devemos estar preparados para responder SIM ao chamado de Deus, nos doando inteiramente para a missão. O exemplo de Maria nos mostra que é preciso acolher Jesus em qualquer circunstância. Entender, aceitar e agir segundo a vontade de Deus é viver em plenitude. 

“Como membros de Cristo vivo, a Ele incorporados e configurados pelo Batismo e também pela Confirmação e a Eucaristia, todos os fiéis tem o dever de cooperar na expansão e dilatação de seu corpo, para o levarem quanto antes à plenitude (...) Convençam-se, vivamente, todos os filhos da Igreja de sua responsabilidade para com o mundo... Empenhem-se com afinco na obra da evangelização".  (Decreto Ad Gentes – Sobre a atividade missionária da Igreja)

Irmã Kátia Segateli, Mensageira do Amor Divino,
e Thamara Gomes, leiga

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